A perda súbita do olfato nestes tempos da Covid-19 vem sendo creditada ao novo coronavirus em circulação por todo o globo terrestre. Entretanto, deixar de sentir cheiros também pode ocorrer com outros vírus respiratórios.
Por isso, e principalmente por sua ligação com o envelhecimento e a saúde, a perda do sentido para odores vem sendo estudada há vários anos.
Luciano Lobato Gregorio e colaboradores do Departamento de Otorrino da Unifesp-EPM já assinalavam em 2014, em revista nacional especializada, a disfunção olfatória como um dos sinais pré-clínicos mais precoces para a doença de Alzheimer e para a doença de Parkinson.
Na revista Jama Otolaryngology, Head & Neck Surgery deste mês, Janet S. Choi e colaboradores referem que o olfato está se destacando como um indicador precoce do envelhecimento do cérebro, que pode ser medido por um simples teste.
O teste consta da identificação de oito itens de odores: cebola, sabão, couro, fumaça, uva, morango, chocolate e gás.
Cada erro no teste de olfato é associado a risco aumentado de morte em 5 anos, para a população vulnerável de idosos.
O risco de vida, pela alteração do olfato, está relacionado ao fato de os idosos eventualmente não conseguirem identificar o odor de comida estragada e sofrerem de intoxicação alimentar, ou não sentir o cheiro de fumaça em caso de incêndio ou também não sentirem o vazamento de gás na cozinha da residência.
Finalmente, os autores mostram que o sistema olfatório fornece uma rota a partir do nariz para o vírus acessar o cérebro, com as eventuais sequelas neurológicas resultantes.
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