Marcos de Vasconcellos

Jornalista, assessor de investimentos e fundador do Monitor do Mercado

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Além da estrutura, big techs mudaram o foco

Gigantes da tecnologia mostram resultados após corte de gastos e foco em inovação

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Ao ouvir um colega falar sobre um investimento de 12 meses com 28% de ganho, provavelmente você vai pensar tratar-se de um fundo, ação ou criptomoeda que quase ninguém conhecia. Mas a verdade é que isso acaba de acontecer com um dos índices mais populares do mundo.

Coube ao índice Nasdaq —obrigatório em todo noticiário econômico— atingir o estupendo resultado. Ele reúne, como você deve saber, ações de empresas ligadas a tecnologia, negociadas na Bolsa homônima dos Estados Unidos.

Em um ano, o nosso Ibovespa entregou ganhos de 15%; o S&P 500, que reúne as 500 maiores companhias do mundo, subiu 18%; enquanto o índice Nasdaq disparou 28%. Isso, aliás, enquanto a taxa de juros americana atingia seu maior patamar desde 2001 —drenando dinheiro do mercado de capitais.

Logos de Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft em foto ilustrativa. À frente, está um celular.
Logos de Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft em foto ilustrativa - Justin Tallis/AFP

A explicação pode parecer papo de entusiasta, mas não é. Vivemos uma revolução tecnológica com o avanço da inteligência artificial. E as gigantes do meio, apoiadas nisso, estão encontrando o caminho de uma nova eficiência.

A mudança tem seus lados ruins, como as demissões que atingiram o setor no ano passado. O site Layoffs.fyi, que contabiliza os cortes da indústria de tecnologia, soma mais de 260 mil empregos perdidos só em 2023. E tudo indica que o movimento continua.

Os balanços das gigantes Meta (dona do Facebook e do Instagram) e Amazon, divulgados na última quinta-feira (1º), mostram que as mudanças na estrutura e no foco das companhias surtiram efeito.

Na sexta, primeiro pregão após a divulgação dos resultados, as ações da Meta, de Mark Zuckerberg, subiram mais de 20%. As da Amazon, de Jeff Bezos, tiveram alta de mais de 7,5%. Ambas negociadas na Nasdaq, claro.

No quarto trimestre de 2023, a empresa por trás do Facebook viu seu lucro líquido mais do que triplicar, totalizando US$ 14,02 bilhões. Foram US$ 5,33 por ação, o que superou com folga a previsão média dos analistas de mercado, de que seriam US$ 4,82. E ainda anunciou que vai pagar dividendos, o que nunca aconteceu na história da companhia.

Ao apresentar o balanço, Zuckerberg disse que a empresa deu início a um esforço global de desenvolvimento de inteligência artificial "que será a base" de muitos de seus futuros produtos. O resultado foi uma sequência de elogios por parte dos bancos e uma corrida pela ação na Bolsa.

A Amazon também surpreendeu analistas. Lucrou US$ 10,62 bilhões no 4º trimestre de 2023, equivalente a US$ 1 por ação, enquanto a projeção era de US$ 0,80.

Dançando a mesma música que seu par do Facebook, o CEO da Amazon, Andy Jassy, afirmou que a empresa continuará trabalhando no desenvolvimento de IA generativa e que esse investimento "gerará dezenas de bilhões em receita".

A Amazon, aliás, aproveitou o evento para lançar um novo assistente de compras: uma plataforma de inteligência artificial batizada como "Rufus". Ficou claro que, muito além de cortar custos, as gigantes de tecnologia mudaram o rumo dos gastos. E o mercado aplaudiu.

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