Maria Hermínia Tavares

Professora titular aposentada de ciência política da USP e pesquisadora do Cebrap.

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Mercedes Bustamante

Conservar a teia da vida

Estudos sobre biodiversidade preparam o caminho para sociedades sustentáveis

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Mercedes Bustamante

Professora titular do Departamento de Ecologia da UnB e membro da Academia Brasileira de Ciências

Em julho de 2022, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) abriu o Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), adotados pela ONU em 2015, englobam o combate à pobreza, a proteção do planeta e a garantia de paz e prosperidade para todos até 2030. Entre os 17 ODS, aqueles baseados na biosfera sustentam metas sociais, econômicas e ambientais.

Os milhões de espécies da Terra influenciam uma ampla gama de processos ambientais. Ciência, tecnologia e inovação seguem desvendando os ecossistemas, seus componentes e seu funcionamento. Sensores no espaço coletam cada vez mais informações sobre o estado do planeta. Análises de DNA desbravam a diversidade de microrganismos, plantas e animais em todos os ambientes. Ainda assim, ecossistemas estão perdendo biodiversidade a taxas alarmantes pela apropriação humana de recursos naturais, contaminação, perda de habitat e mudança do clima.

A distribuição da biodiversidade global é desigual. Dos 17 países megadiversos (aqueles que abrigam os maiores índices de biodiversidade), 15 estão nos trópicos. Entre eles, o Brasil. É precisamente na faixa tropical onde a destruição ambiental ocorre mais rapidamente. Estimativas recentes indicam que até agora só descrevemos cerca de 10% das plantas e animais tropicais e, com os atuais índices de descoberta, a maioria provavelmente desaparecerá antes de termos consciência de sua existência.
O Brasil pode liderar a ciência tropical e contribuir para a sustentabilidade por meio de infraestrutura, educação e capacitação técnica para a identificação e a conservação da biodiversidade e, em especial, pelo intercâmbio entre os sistemas de conhecimento científico e tradicional.

Povos indígenas e comunidades locais protegem e cuidam de parte significativa da biodiversidade global. O Brasil conta com cerca de 300 povos originários, associados a pelo menos 274 línguas diferentes.

Perder tal riqueza cultural é também perder conhecimentos únicos sobre a nossa riqueza biológica.
Quantas e quais espécies nossos biomas abrigam? Como influenciam e influenciarão os ecossistemas e nossa qualidade de vida? Que interações podem revelar? Precisamos conhecê-las melhor e mais rapidamente para conservar a teia da vida.

Os estudos sobre biodiversidade e ecossistemas preparam o caminho para sociedades sustentáveis e representam um investimento crucial para o futuro.

Esta coluna foi escrita para a campanha #ciêncianaseleições, que celebra o Mês da Ciência. A colunista Maria Hermínia Tavares cedeu o seu espaço hoje.

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