Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Descrição de chapéu Folhajus WhatsApp

Cuidado com endividamento nas redes sociais e apps de mensagem

Com o recurso do WhatsApp para compras, aumentará o cerco das lojas aos clientes

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Os consumidores devem redobrar a atenção contra o superendividamento nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens. Já há multiplicação de ofertas de produtos e de serviços nas redes, com link para compra. Algo como acessou, olhou, gostou e comprou.

Com a chegada, em breve, do recurso do WhatsApp que integra o e-commerce ao aplicativo de mensagens, aumentará o cerco das lojas aos clientes. Facilidade para comprar exige cuidado para não gastar demais.

Todos os avanços tecnológicos costumam ter dois tipos de impacto sobre as pessoas: os positivos e os negativos. Com as redes sociais, passamos a ter mais facilidade em nos conectar com amigos, familiares e até ex-colegas do colégio. Mas somos alvo das fake news, dos haters, dos assediadores e dos golpistas.

O WhatsApp desburocratiza as conversas, aproximando familiares, amigos, clientes e prestadores de serviço, grupos de condôminos, torcedores de um clube de futebol, ex-alunos de um mesmo curso ou ano etc. Mas também atrai criminosos, que tentam clonar nossos dados, pedir dinheiro em nosso nome etc.

Logotipo do WhatsApp - Dado Ruvic/Reuters

Os negócios virtuais são, como se dizia antigamente, uma mão na roda, ou seja, uma grande ajuda.

Pedimos pizza, bolo de aniversário, combinamos um projeto de trabalho, confirmamos um pagamento por Pix. Além disso, parabenizamos um aniversariante e marcamos uma visita ou uma consulta médica.

Com a presença de grandes lojas, as compras ficarão desburocratizadas, o que será bom, mas aumentam os riscos de comprar por impulso, estourando o orçamento. Já é comum que comerciantes nos enviem mensagens, sugerindo compras de livros, doces, salgados, vinhos, aparelhos auditivos e roupas para a nova estação. Enfim, de quase tudo que esteja à venda.

Quando todo o fluxo de vendas estiver abrigado no WhatsApp, a atração pelo consumo será ainda maior. Para quem consegue seguir o orçamento, será um serviço adicional. Mas para quem não resiste a uma oferta, as compras por aplicativo de mensagem poderão se somar às virtuais e às presenciais. Não haverá conta-corrente que banque esses gastos.

Sem contar que os golpistas, sempre eles, tentarão simular lojas, para nos ludibriar. Então, no mínimo, assegure-se de que aquela mensagem seja mesmo da loja.

Uma boa maneira de fazer isso é checar se a oferta também está presente na loja virtual ou no marketplace. Antes de fechar o negócio, avalie muito bem se a compra é importante, se o preço é atraente e se a plataforma é confiável. E, obviamente, se a conta fechará no fim do mês.

Um lembrete: o CDC (Código de Defesa do Consumidor) só se aplica se a compra foi feita de pessoa jurídica (empresa). Se o negócio for feito entre pessoas físicas, não se configura relação de consumo.
Imagino o que inteligência artificial fará com esse fluxo de dados.

Você, provavelmente, será avisado de que precisa comprar um sapato porque foi convidado para um casamento, minutos depois de receber o convite. É o mundo cada vez mais conectado, tecnológico e inovador. Isso não é ruim, obviamente, a menos que não saibamos como agir nessa nova realidade.

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