Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Maria Inês Dolci
Descrição de chapéu Folhajus juros

Melhor do que limite de juros no cartão é o bom senso do consumidor

De que adianta fazer pesquisas de preço, usar o cartão de crédito e pagar o dobro?

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A aprovação do teto para os juros do cartão de crédito (o dobro da dívida inicial) põe um freio em taxas que chegam a mais de 400% ao ano. Mas, ainda assim, comprar um produto e pagar o dobro, por causa dos juros, é um péssimo negócio para o consumidor. Limite verdadeiro às absurdas taxas cobradas no cartão e que funciona só há um: o bom senso de quem compra.

De que adianta fazer pesquisas de preço, localizar a melhor oferta, usar o cartão de crédito e pagar o dobro? A justificativa da maioria é a baixa renda, o que, sabemos, abrange grande parte dos brasileiros. Mas torrar dinheiro que não temos pode levar alguém da baixa renda à miséria.

Há um estímulo ao consumismo, que perpassa toda a sociedade. São atribuídos a produtos mais caros valores como sucesso, sensualidade, poder e destaque social. Pura balela, porque roupas caras, smartphones de última geração e carros repletos de conforto e funções sofisticadas não mudam quem somos, exceto no aspecto financeiro, se nos endividarmos.

Cartão de crédito - Gabriel Cabral - 21.fev.2019/Folhapress

Viver acima de suas posses é um jogo em que a derrota é inevitável. Perde-se o crédito, as cobranças se multiplicam e pode faltar dinheiro para o básico: alimentos, medicamentos, prestação ou aluguel da moradia etc.

Não tem como bancar um automóvel e o transporte público é ruim? Vá de bike. As prestações da escola e do plano de saúde particulares subiram mais do que a inflação, e não há como pagar? Recorra à escola pública e ao SUS (Sistema Único de Saúde). Precisa de roupas, mas os preços nas lojas estão acima do orçamento? Compre no brechó.

Comer fora está proibitivo? Coma em casa e leve marmita para o trabalho. A conta do celular pesa no bolso? Troque o pós-pago por um pré-pago, e controle suas ligações, limitando-as aos contatos necessários.

Faz tempo que não compra um livro, embora seja um leitor ávido? Procure em sebos ou nas ofertas das livrarias. Ou associe-se a uma das bibliotecas públicas. Falta renda para pagar uma academia de ginástica? Caminhe em parques ou nas ruas, use aparelhos públicos, consulte aplicativos de ginástica, pedale, pule corda.

Quer receber amigos ou familiares em casa, mas faltam recursos financeiros? Combine que cada casal levará uma refeição ou uma bebida. Sonha em viajar, comprar um imóvel ou um carro? Faça um orçamento e economize um pouco todos os meses. Assim demora muito? Endividado ninguém realiza seus sonhos mais caros.

Não resiste a um pechincha, oferta, liquidação ou sexta-feira especial? Aposente seus cartões de crédito por um tempo, até as finanças melhorarem. Endividamento é como doença: o melhor sempre é evitar.

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