Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

O governo é da frente ampla

Enquanto a extrema-direita não for reduzida a meme, cabe aos democratas assegurarem a Constituição

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Se o próximo governo não der continuidade ao que foi feito na eleição, Bolsonaro (ou uma versão turbinada do projeto de ditador) volta. É bom o eleitorado entender que serão pelos menos mais quatro anos, e depois mais quatro, de "ninguém solta a mão de ninguém". Isso para quem sabe, talvez, tomara, o país consiga se livrar da fascistada que saiu do armário.

Foram dois milhões de votos de diferença. É nada. Ainda não destravei a mandíbula graças ao bruxismo exacerbado das últimas semanas. Não consigo rir dos aloprados que seguem a cartilha Steve Bannon e acreditam viver uma "primavera brasileira", e asseguro que não se trata do desalinhamento do meu maxilar.

O presidente Jair Bolsonaro pronunciamento no palácio da Alvorada - Pedro Ladeira/Folhapress

A eleição acabou, mas não a ameaça autoritária, e a alternativa ao pessoal do surto coletivo é que o grupo que se uniu continue lado a lado, mesmo que seja preciso fingir que não se odeia. Não foi Lula quem ganhou o pleito, foi a frente ampla. Muita gente não vai gostar de ler isso, mas é a realidade. O que significa que o governo que se desenha é o da frente ampla, com Lula à frente, mas rodeado de gente de todo o espectro político.

Não adianta torcer o nariz para Gleisi Hoffmann e Aloizio Mercadante. Vieram no pacote do voto antibolsonaro. Assim como o eleitor raiz do PT terá que se acostumar a ver liberais como Persio Arida e André Lara na economia, ou nomes da direita "golpista", como Simone Tebet. Mais importante do que só na equipe de transição, durante os próximos anos. Enquanto a extrema-direita não for reduzida a meme, cabe aos democratas garantirem que valha a Constituição.

Claro que não havia outro nome capaz de derrotar Bolsonaro, além de Lula. É dele grande parte do mérito, o carisma, a habilidade política, mas ficou evidente que se não fosse a união em torno do petista, quem teria se jogado em frente a um caminhão, seria a outra metade do país. Melhor que se jogue na frente ampla.

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