Mariliz Pereira Jorge

Jornalista e roteirista de TV.

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Mariliz Pereira Jorge

A coroação de uma história de amor

É bem mais que alcançar um trono, é a celebração do tão almejado final feliz

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Charles e Camilla são agora rei e rainha. O casal mais sem graça, sem empatia, sem carisma, o mais improvável para um conto de fadas. O único, no entanto, que parece ter conquistado o que a maior parte das pessoas almeja na vida: um final feliz. A tarde deste 6 de maio de 2023 é muito mais do que sobre a resiliência de um príncipe que esperou décadas para chegar ao trono, é a coroação de uma história de amor.

A relação, que começou nos anos 1980, sobreviveu à proibição, ao casamento arranjado, à popularidade de Diana, lembrada ainda 25 anos depois de sua morte, à reprovação da família e dos admiradores da realeza e de seus contos da carochinha. Camilla sempre foi pintada como a bruxa má que sequestrou o amor do príncipe e condenou a princesa a ser infeliz para sempre em seu castelo interior, frágil e inocente.

Rei Charles 3º e a rainha consorte Camilla no Palácio de Buckingham, em Londres, após a cerimônia de coroação
Rei Charles 3º e a rainha consorte Camilla no Palácio de Buckingham, em Londres, após a cerimônia de coroação - Oli Scarff/AFP

O roteiro perfeito para os milhões de pessoas ao redor do mundo que alimentam a esperança de viver suas próprias histórias do amor romântico inabalável, aquele que sempre vence no final, mas que é tão fora da realidade quanto um monarca com seus súditos na terceira década do século 21.

O que Charles e Camilla talvez deixem na história é a lição do que faz um amor verdadeiro, o que vai muito além de intimidades que envolvem absorventes íntimos e fofocas em tabloides. A aceitação dos filhos passa pelo fato de que eles reconhecem que Camilla faz o pai feliz, ainda que Harry se refira a madrasta como "vilã".

Os mais desbrilhosos reis dos últimos tempos mostram que o amor se constrói com sexo, o que não deve ter faltado entre Charles e Camilla, mas também com afinidade, apoio, parceria, amizade, proteção, admiração. Não depende do que se faz apenas em público, mas do que se alimenta no privado todos os dias, ao longo dos meses, por décadas. Não tem nada a ver com vestidos de cauda, carruagens, nem com as trombetas que prenunciam um talvez amor eterno. Sabemos que é eterno enquanto dura. O de Charles e Camilla já dura cinco décadas. O amor venceu mesmo.

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