Livraria para expatriados brasileiros nos EUA quer crescer na crise

Um novo negócio está aproveitando a crise do coronavírus para se estabelecer, enquanto editores procuram novos canais de venda. A Buobooks, tocada pelo escritor Rodrigo Alvarez, é uma livraria internacional de língua portuguesa.

Antes do fechamento do varejo, Alvarez diz que estava negociando com 26 editoras, e agora o número saltou para mais de cem. A Buobooks fechou com quase 20.

A ideia da livraria é atender o público de brasileiros expatriados, sobretudo nos Estados Unidos e Portugal --mas também em outros países. São leitores que, para ter acesso a livros em português, normalmente precisam importá-los.

A diferença no modelo é que a Buobooks fechou parcerias com gráficas de impressão sob demanda pelo mundo, e a ideia é imprimir localmente os livros comprados. A projeção é que cada título custe metade do que custaria se fosse importado.

Entre as editoras com quem a livraria já fechou, estão Companhia das Letras, Sextante e Geração Editorial. O diretor editorial é Rodrigo de Almeida, ex-LeYa, outra das editoras que aderiu ao projeto.

"Nas nossas pesquisas de mercado, o dado mais relevante foi a renda média do brasileiro nos Estados Unidos, que é de sete a nove vezes maior do que a dos que estão no Brasil", diz Alvarez.

Os Estados Unidos, afirma ele, são o principal mercado que pretendem atender, com mais de 1 milhão de brasileiros vivendo lá. A ideia é também desenvolver esse trabalho em Angola.

CRISE Em meio ao fechamento do varejo causado pelo coronavírus, a Livraria Cultura pediu à Justiça que autorizasse a suspensão, por 60 dias, dos pagamentos a seus credores conforme combinado no plano de recuperação judicial da empresa.

CRISE 2 O juiz disse não, mas autorizou a rede a apresentar um aditivo ao plano. Ele disse que só os credores podem votar para autorizar ou não a suspensão dos pagamentos.

EXTINÇÃO O escritor Emilio Fraia publica um conto na coletânea "Tools for Extinction", da britânica Lolli Editions, que reúne ainda poemas e ensaios. No time de autores, estão Enrique Vila-Matas, Jon Fosse, Olivia Sudjic e Jean Baptiste del Amo. O textos são inspirados na crise da Covid-19.

CASA NOVA A Todavia passa a publicar os livros da angolana Djaimilia Pereira de Almeida, vencedora do Oceanos em 2019. A editora fechou dois títulos. O primeiro, "A Visão das Plantas", sai no ano que vem.