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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Compra de moeda russa para Copa 2018 tem margem de até 35%

Recomendação de especialista é comprar dólares ou euros e depois trocá-los no país sede

Casas de câmbio brasileiras que vendem o rublo, moeda da Rússia, sede da Copa do Mundo, têm cobrado margens de até 35%.

 
A média, em operações com dólares ou euros, varia de 3% a 6%, segundo instituições financeiras.
 
“Muitas corretoras vão começar a receber o rublo nos próximos dias. Quanto maior a concorrência, mais o spread será achatado”, diz Kelly Massaro, diretora da Abracam (associação do setor).
 
Até lá, com essas margens altas, é preferível comprar dólar ou euro e depois fazer uma nova transação ao chegar na Rússia, diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.
 
As margens cobradas na Europa costumam ser mais estreitas, afirma Viriato.
 
Bancos não vendem rublos, mas têm sugerido o uso de cartões pré-pagos carregados com dólar ou euro.
 
Sobre eles, incide um IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 6,38%, mais alto que o 1,1% na compra de cédulas, mas não são cobradas novas taxas ao serem utilizados na Rússia.
 
“Os clientes começaram a buscar soluções agora, imaginamos que a procura pelos cartões aumente em cerca de dois meses”, diz Ricardo Santos, superintendente da área de câmbio do Itaú.
 
“Para pequenos pagamentos, orientamos que se leve uma parcela não muito grande de moeda em espécie e se faça a conversão no local”, afirma Thompson Cesar, gerente geral de comércio exterior do Banco do Brasil.
 

Sacola meio cheia

O varejo paulista voltou a crescer em 2017 e fechou o ano com alta de 2,5% nas vendas, segundo a ACSP (associação comercial do estado).

Foi o primeiro resultado positivo desde 2014 (1,9%).

Apesar de ser pequeno, o crescimento indica o fim do ciclo de contração e um movimento de retomada da economia, diz Ulisses Ruiz, economista da entidade.

“Fatores como renda, emprego e crédito contribuíram para aumentar as vendas do setor, mas em uma proporção menor do que nos anos anteriores à crise. Não foi possível ainda recuperar o que foi perdido”, afirma.

Entre os segmentos que alavancaram a recuperação estão as lojas de departamento, eletrodomésticos e eletrônicos, com aumento de 14% no faturamento, e as de móveis e decoração, com 10,3%.

O comércio de combustíveis, por outro lado, registrou baixa de 5%, causada em grande parte pelos sucessivos reajustes de preços feitos ao longo do ano, diz Ruiz.

 

Cachaça brasileira

Animados com a segunda alta seguida de exportações de cachaça (de 4,35% em volume no ano passado), os grandes produtores da bebida projetam ampliar a venda ao exterior, que ainda representa menos de 5% de sua receita.

Pitú vendeu cerca de 1,5 milhão de litros da bebida ao exterior, principalmente à Alemanha, que responde por quase 90% de suas exportações.

“Observamos um aumento de faturamento superior ao de volume. O valor agregado da cachaça aumentou, mas tem muito a crescer ainda. Vendemos para fora só 1% da produção”, diz Maria das Vitórias Cavalcanti, sócia-diretora.

 

A marca projeta exportar  8% a mais em 2018, influenciada por ações de promoção nos EUA, no Canadá. “Há ainda consumo em alta no México, onde estamos desde 2016”.

A concorrente Companhia Müller, fabricante da 51, comercializou 1,26 milhões de litros desse produto ao exterior, 12,76% a mais do que em 2016. Os maiores clientes foram Portugal, Espanha e EUA.

A empresa estima exportar 13% a mais neste ano.

 

Custo da obra

O custo básico da construção civil em São Paulo cresceu pelo décimo mês seguido em fevereiro deste ano, segundo o Sinduscon-SP (sindicato do setor) e a Fundação Getulio Vargas.

A variação mensal foi de 0,28% na comparação com janeiro. No período acumulado em 12 meses, o aumento foi de 3,23%.

Um dos fatores que mais contribuíram para o crescimento foi o aço, que teve alta de 7,93% no último ano. O preço do metro quadrado ficou em R$ 1.338,24.

 

Lotado A indústria de brinquedos precisará investir para aumentar sua produtividade neste ano, diz Synésio Costa, presidente da Abrinq (do setor). A capacidade ocupada média nas fábricas do país terminou 2017 em 85%.

Carro embarcado O terminal de veículos do porto de Santos (SP) movimentou 289.173 unidades em 2017, o maior nível já registrado, segundo a administradora Santos Brasil. O crescimento em relação a 2016 foi de 60,8%.

Churrasco... A rede de restaurantes Rock&Ribs vai abrir cinco franquias neste ano. A empresa, que tem 32 unidades, vai expandir operações no Sul e no Nordeste.

...roqueiro A companhia, que fatura R$ 70 milhões ao ano, busca investidores para aumentar seu ritmo de expansão com lojas próprias. A ideia é poder inaugurar dez ao ano.

Aporte etílico A Pitú investiu cerca de R$ 12 milhões para aumentar sua capacidade de estocagem e na reforma do sistema de tratamento da água usada em sua fábrica.

Prêmio A Sura, de seguros, destinará R$ 11,5 milhões de recursos próprios a projetos de tecnologia da informação e à capacitação dos funcionários em 2018. A companhia chegou ao país em 2016, após adquirir a RSA Seguros.

Luz nova Reciclus, associação de logística reversa, aplicou R$ 8,5 milhões em 2017 para recolher e dar destinação final adequada a 198.592 lâmpadas fluorescentes. A meta para 2018 é aumentar o número de pontos de coleta de 300 para 747. 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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