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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Sobe 2% venda de material de construção no 1º tri

No acumulado de 12 meses, porém, faturamento registra queda de 1,6%

Maria Cristina Frias

O faturamento deflacionado da indústria de material de construção cresceu 2,1% no acumulado do primeiro trimestre de 2018, após pico de aumento em dezembro do ano passado, segundo Abramat, associação do setor.

“Metade da receita da indústria veio do varejo, e isso é reflexo da retomada da economia”, diz Rodrigo Navarro, presidente da entidade.

Operário trabalhando no na construção do edifício de alto padrão, Residencial Essência Homeclub, localizado no Bairro Jardim América.  (Foto: Mateus Bonomi/Folhapress)
Receita deflacionada do setor de material de construção cresceu 2,1% no acumulado do primeiro trimestre do ano - Mateus Bonomi/Folhapress

A melhora nos indicadores econômicos é um sinal para a volta do consumo, afirma Fernando Brantis, diretor de operações da Mexichem Brasil, proprietária da Amanco.

“Com uma perspectiva melhor, as pessoas começam a ter mais confiança para investir em uma reforma.”

No acumulado de 12 meses, porém, a receita registra queda de 1,6%.

“A retomada é gradativa. Não adianta achar que o setor vai decolar, porque não vai”, diz Nelson Teixeira, diretor comercial da Deca.

Apesar do desempenho positivo no primeiro trimestre deste ano, a crise econômica não está totalmente superada, diz Otto von Sothen, presidente do Grupo Tigre.

“A construção civil segue lenta. Ainda há um estoque elevado de imóveis novos.”

Além disso, decisões importantes para a área de infraestrutura, que impulsiona as vendas da indústria, não devem ser tomadas neste ano de eleição, afirma Navarro.

 

Atrás de dados

A CVC registrou uma alta de 25% nos destinos internacionais e de 40% nas vendas para viagens em cruzeiros. Ambas se deram pela estabilidade do dólar após uma volatilidade em 2016, diz o presidente Luiz Eduardo Falco.

As viagens marítimas também foram impulsionadas por um aumento das ofertas para regiões como o Caribe, além de lugares que ele chama de exóticos, como a Patagônia.

Entre os destinos que perderam turistas, Falco cita o Rio de Janeiro.

A empresa de turismo tem investido em tecnologia para capturar dados sobre destinos que clientes em potencial preferem e condições que têm para pagar, afirma Falco.

“São centenas de milhões em aportes em inteligência para entender onde estão os consumidores e o tipo de produto que agradaria, para podermos ter assertividade nas ofertas.”

R$ 1,1 bilhão
foi a receita da CVC no ano passado

R$ 237 milhões
foi o lucro no período

 

Impressora nova

O faturamento do mercado de impressoras no Brasil aumentou 13% em 2017, após quatro anos consecutivos de queda, segundo a IDC. O volume comercializado cresceu 21% no período.

A alta foi uma surpresa para a consultoria, que esperava um cenário de estabilidade.

“Boa parte de quem postergou a renovação dos equipamentos em anos anteriores precisou fazer a compra no ano passado. As promoções de fabricantes também estimularam o setor”, diz Reinaldo Sakis, da IDC.

As impressoras de jato de tinta representaram a maioria (78%) dos equipamentos vendidos. O levantamento considerou números dos mercados doméstico e corporativo.

A previsão para este ano, porém, é mais conservadora.

“Estimamos uma alta bem menor no volume, de cerca de 2%, em razão da antecipação da troca das máquinas.”

 

Cliente pessimista

O índice de confiança do consumidor oscilou negativamente pelo segundo mês seguido em março e registrou 42,2 pontos numa escala de 0 a 100, segundo o SPC Brasil e a CNDL (confederação de dirigentes lojistas).

Números menores do que 50 indicam pessimismo com relação à economia. Para 76% dos 801 entrevistados, o cenário atual está mal.

“Apesar de haver melhora nos indicadores macroeconômicos, ela é muito lenta e tem demorado para ser percebida. É o que ocorre com os juros: a Selic caiu, mas a taxa na ponta ainda é alta”, afirma a economista-chefe do SPC, Marcela Kawauti.

O subindicador de expectativas da vida financeira, contudo, registrou 53,3 pontos, o que denota leve otimismo dos consultados.

“A tendência é de estabilidade nos próximos meses, o que pode ser afetado a depender da evolução do quadro político antes da eleição.”

 

Boletos... A taxa média de inadimplência de pessoas físicas em abril deverá ser de 4,92%, segundo projeção do Ibevar (instituto de executivos do varejo). O número segue tendência de queda influenciada pela inflação baixa e pela melhora da atividade econômica.

...em dia Se concretizado, o índice será um ponto percentual inferior ao valor real do mesmo mês de 2017. Na comparação com fevereiro deste ano, a queda seria de 0,23 ponto. O cálculo é feito mensalmente pela entidade e pelo Provar (Programa de Administração de Varejo).

Força... Na terça-feira (17) o Superior Tribunal de Justiça deverá julgar uma ação em que o Ministério Publico do Rio de Janeiro recorre de uma decisão de instância inferior que aplicou o princípio da insignificância ao caso de um homem acusado de praticar um furto.

...no argumento O objeto em questão é um pacote de suplemento alimentar (“super whey reforce”, sabor chocolate) de valor estimado em R$ 77. A acusação sustenta que esse réu não tem bons antecedentes, o que impede a aplicação do princípio pela Justiça.

 

​com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Arthur Cagliari

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