Em 2005 iniciei uma pesquisa com um grupo de mulheres de mais de 50 anos. Nele, uma psicóloga disse que descobriu um botão libertador.
“As mulheres mais jovens estão exaustas, deprimidas, não dormem, não têm tempo para cuidar delas. As mais velhas aprendem a dizer não para tudo o que não querem mais em suas vidas. Dizer não é uma revolução para as mulheres”.
O tempo que antes era dedicado a agradar e cuidar dos outros, passa a ser também para cuidar de si. Uma professora disse que parou de se comparar e de invejar outras mulheres quando percebeu que todas elas sofrem com o envelhecimento.
“Quando fiz 50 anos tatuei um botão no meu pulso como símbolo da minha libertação. Decidi ser eu mesma. Sou dona da minha vida, do meu corpo e do meu tempo. Ninguém vai dizer o que eu posso ou não posso fazer. Aperto meu botãozinho e foda-se”.
O botão simboliza uma decisão de viver com mais liberdade, sem se preocupar com críticas e julgamentos dos outros.
“Estou gorda, flácida, cheia de celulites e estrias. Mas se quero ir à praia de biquíni, aperto o botão e vou. Se quero dançar a noite toda, aperto o meu botão e danço. É um jeito de brincar com o meu próprio medo, vergonha e culpa por estar ficando velha. Cada mulher que se liberta ajuda todas as que sofrem com o pânico de envelhecer”.
Muitas pessoas têm me perguntado sobre a escolha do título do meu novo livro: Liberdade, felicidade & foda-se! Respondo que quis ser coerente com as mulheres que tenho pesquisado. Para elas, ligar o botão é uma forma lúdica de vencer os estigmas e preconceitos e conquistar o que mais desejam: uma vida livre e feliz.
Como disse uma amiga, os que me conhecem sabem que falo da importância do botão desde 2005. Quem ainda não sabia disso e acha que só agora estou embarcando nessa onda, merece uma única resposta. Você já sabe qual, não é mesmo?”
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