O ex-deputado Márcio Junqueira, suspeito de comprar o silêncio de José Expedito, um ex-assessor que denunciou esquema de pagamento de propina a parlamentares do Progressistas (PP), negou as acusações em depoimento à Polícia Federal na quinta (3).
Junqueira, ex-PP, atualmente no PROS, que está preso na Custódia da Polícia Federal de Brasília desde o dia 24 de abril, afirmou que soube das declarações prestadas por Expedito à PF durante um encontro no aeroporto de Guarulhos, em outubro de 2017.
“José Expedito estava abalado emocionalmente, chorando, e afirmou que no seu depoimento constavam declarações referentes ao transporte de valores em espécie a mando do [deputado federal] Eduardo da Fonte (PP-PE) e [o senador] Ciro Nogueira (PP-PI)”, disse Junqueira em seu depoimento.
Segundo o ex-deputado, Expedito também teria dito que “estava disposto a rasgar dinheiro na presença das autoridades para provar que não tinha sanidade mental”.
O ex-deputado disse que conhece Expedito há 14 anos, passou a última noite de Natal em sua companhia e que sempre recebia dele pedidos de ajuda financeira. Segundo Junqueira, o ex-assessor também afirmou que achava que tinha direito a indenizações trabalhistas em razão do longo período de serviços prestados para Eduardo da Fonte e Ciro Nogueira.
Junqueira deu a sua versão para as frases dos diálogos registrados na escuta ambiental e nas interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, que são usados como prova no pedido do mandado, que autorizou a prisão do ex-deputado.
O ex-parlamentar também esclareceu os valores pagos por ele a Expedito. Ele afirmou que deu ao ex-assessor R$ 5 mil para ajudar a consertar uma Land Rover, carro de Expedito que estaria na oficina, e mais R$ 1 mil em outra ocasião para ajudá-lo com o custo de um hotel.
Declarou ainda que o ex-assessor pediu ajuda para quitar uma dívida de cerca de R$ 100 mil, mas que “jamais prometeu ou sequer sugeriu a entrega dos valores”.
O ex-assessor disse à PF que as entregas foram feitas por Junqueira para que ele ficasse calado ou mudasse o teor de depoimentos dados anteriormente – desfavoráveis a Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte. Nos autos da investigação, Expedito afirma que os pagamentos foram feitos “com a ingerência direta desses dois”.
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