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Moro e Guedes terão que explicar investigação sobre jornalista ao Senado

Parlamentares comparam investigação contra Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, a medida típica de "governos ditatoriais"

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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição, apresentou requerimento para que o ministro Sergio Moro, da Justiça, e o ministro Paulo Guedes, da Economia, esclareçam se órgãos do governo estão investigando o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.

O ministro Sergio Moro
O ministro Sergio Moro - Lucio Távora/Xinhua

O profissional vem divulgando as mensagens entre Moro e procuradores da Operação Lava Jato que colocaram o trabalho do ministro como ex-juiz sob suspeição. 

Uma notícia divulgada pelo site "O Antagonista" afirma que a Polícia Federal solicitou um relatório ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre as movimentações financeiras do jornalista. A PF não confirma a informação.

Os parlamentares querem saber se a suposta investigação, ainda não confirmada, faz parte de um movimento de retaliação a Glenn Greenwald, típica das exercidas "por governos ditatoriais".

O documento deve ser lido nesta quinta (4) pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A partir daí, os dois ministros têm 30 dias para responder aos questionamentos, sob pena de incidirem em crime de responsabilidade.

O senador faz cinco perguntas a Moro e Guedes: qual é o fato ou crime que motivou a abertura do inquérito e quem determinou a sua instauração, qual é o objetivo da investigação e quem são os investigados, qual é a justificativa para solicitar dados financeiros do jornalista, que relatório já foi produzido sobre o assunto e ainda se houve algum outro pedido semelhante de informações sobre pessoas ligadas ao site The Intercept Brasil.

O líder da oposição justifica o pedido afirmando que "a notícia de que o citado jornalista estaria sendo investigado pela PF e de que haveria pedido de relatório de suas atividades financeiras causou rápida reação pelos meios de comunicação, tendo em vista que tal medida se equipara àquelas exercidas por governos ditatoriais".

Ele lembra ainda que a liberdade de imprensa é um preceito consagrado pela Constituição e que é vedada no Brasil "toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística".

"Em sendo comprovado eventual requerimento ao Coaf, estaremos diante de pedido de natureza inquisitiva com intento de embaraçar a atividade precípua de um meio de comunicação da imprensa", afirma ainda o requerimento.

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