Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Eleições 2022 Folhajus

Grupo de advogados diz ver com preocupação pressão bolsonarista contra XP

Prerrogativas afirma que eleições livres não devem sofrer interferência do poder econômico ou manipulação da vontade do eleitorado

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O grupo Prerrogativas, formado por juristas e advogados que apoiam o ex-presidente Lula (PT), diz acompanhar com preocupação as pressões de bolsonaristas contra a XP Investimentos.

Como revelou a coluna nesta quarta-feira (8), a corretora chegou a cancelar a divulgação de uma pesquisa que apresentava o petista na frente do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente Jair Bolsonaro, em Recife - Guga Matos - 30.mai.2022/Reuters

Na avaliação do Prerrogativas, os ataques do chefe do Executivo contra o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal também passaram a afetar as pesquisas de opinião do eleitorado.

"O grupo Prerrogativas, que acredita na segurança das urnas eletrônicas e confia na imparcialidade no TSE [Tribunal Superior Eleitoral] na condução do processo eleitoral, acompanha com preocupação as pressões contra a corretora XP Investimentos", afirma em nota.

"Diante da gravidade do fato, o grupo Prerrogativas continuará atuando, como sempre fez, em defesa do Estado democrático de Direito, pela garantia de eleições livres e sem interferência do poder econômico e, tampouco, pela manipulação da vontade do eleitorado e das pesquisas de opinião", segue.

A pesquisa do Instituto Ipespe que seria divulgada pela XP Investimentos na próxima sexta (10) chegou a ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral no sábado (4), sob o número BR-06295/2022.

Nesta quarta (8), porém, ela foi retirada do site por determinação da própria corretora.

A coluna apurou que a pressão sobre a XP já vinha crescendo paulatinamente e explodiu na semana passada, quando o instituto mostrou que 35% dos eleitores consideram que a honestidade é um atributo de Lula, contra 30% que dizem o mesmo sobre Bolsonaro.

Bolsonaristas passaram a atacar a corretora nas redes sociais —um dos mais notórios deles foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que ironizou os resultados em seu perfil no Telegram. "O mesmo instituto deu Lula com 45% e Bolsonaro com 34% kkkkk", escreveu Flávio.

Ministros de Bolsonaro também já telefonaram para a XP para reclamar dos resultados —que coincidem com os de outros institutos, dentro da margem de erro.

Na esteira dos ataques, clientes, em especial os ligados ao agronegócio, passaram a fechar contas e a retirar investimentos da corretora, segundo apurou a coluna.

Com a intensidade dos ataques, a XP acabou tomando a decisão radical de simplesmente cancelar a divulgação de seus resultados. Procurada, a corretora afirmou que contrata outros institutos de pesquisa e que seguirá divulgando dados.

Leia, abaixo, a íntegra da nota do grupo Prerrogativas:

"Os seguidos ataques do atual presidente contra o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal, que inquietam os democratas de todo o País, estenderam-se agora às pesquisas de opinião do eleitorado —todas elas apontando em sequência a eventual vitória do presidente Lula no dia 02 de outubro.

Inconformado com o repúdio a seu governo e à condenação de sua administração, responsável pelas milhares de mortes pela Covid-19, pela carestia, pelo desemprego, pela fome que assola 33 milhões de pessoas, o presidente da República quer impedir que a reprovação apareça, eliminando as sondagens dos institutos de pesquisa, ou, pelo menos, interferindo para, quem sabe, colher resultados mais auspiciosos.

O grupo Prerrogativas, que acredita na segurança das urnas eletrônicas e confia na imparcialidade no TSE na condução do processo eleitoral, acompanha com preocupação as pressões contra a corretora XP Investimentos, para impedir a divulgação da pesquisa do Instituto Ipespe, que vinha sendo publicada semanalmente.

Assediada por bolsonaristas do Congresso e por apoiadores ligados ao agronegócio, a XP acabou cedendo às pressões e retirou a pesquisa do site. A gota dágua foi a opinião, na sondagem da semana passada, segundo a qual 35% dos entrevistados consideravam a honestidade um atributo de Lula contra 30% do atual presidente.

Diante da gravidade do fato, o grupo Prerrogativas continuará atuando, como sempre fez, em defesa do Estado Democrático de Direito, pela garantia de eleições livres e sem interferência do poder econômico e, tampouco, pela manipulação da vontade do eleitorado e das pesquisas de opinião."

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