Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu LGBTQIA+

Valadão diz que acionará a Justiça contra detratores e que não admite que fiéis agridam pessoas

Em manifesto, pastor volta a negar que tenha incentivado o assassinato de membros da comunidade LGBTQIA+

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O pastor André Valadão voltou a negar nesta segunda-feira (10) ter insinuado, durante um culto religioso, que membros da comunidade LGBTQIA+ deveriam ser mortos por seus fiéis. O líder religioso passou a ser investigado pela suposta prática do crime de homotransfobia após proferir a fala na Igreja Batista Lagoinha em Orlando, nos EUA, no início deste mês.

"Não admito, nunca admiti e não autorizo que nossos fiéis agridam, firam, ofendam ou causem qualquer tipo de dano, físico ou emocional, a qualquer pessoa que seja. Repudio o uso de violência física ou verbal a pessoas por conta da orientação sexual", afirma o pastor, em manifesto publicado nesta segunda.

O pastor André Valadão
O pastor André Valadão - @andrevaladao no Twitter

No texto, Valadão se declara contrário ao crime de ódio e à incitação à violência —e diz que, como cristão, defende "que Deus ama o pecador". "E pecadores somos todos, como diz o apóstolo Paulo", escreve.

O pastor ainda afirma que sua vida e seus familiares foram expostos após o episódio, e promete acionar na Justiça aqueles que supostamente distorceram a sua pregação.

Na cerimônia religiosa celebrada em Orlando, Valadão sugeriu aos fiéis que teria chegado a hora de "tomar as cordas de volta" e "resetar" os membros da comunidade LGBTQIA+.

"Mas Deus fala que não pode mais", afirmou. "Ele [Deus] diz: ‘Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’. Agora está com vocês", acrescentou.

Após a repercussão das falas agressivas, Valadão passou a afirmar que sua declaração foi tirada de contexto e culpou "a grande mídia" pela situação em que se encontrava. No comunicado desta segunda, o pastor voltou a responsabilizar a imprensa pelas reações ao culto.

"Preciso dizer que nenhum dos nossos fiéis interpretou o que eu disse da forma como a imprensa divulgou. Não há qualquer relato de agressão ou ameaça", destaca o líder religioso.

"Não fiz nada além do que repetir o que está escrito na Bíblia. Ademais, minha pregação como pastor foi dirigida apenas a fiéis e está protegida pela liberdade de culto, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos. Aproveitadores estão usando o episódio de maneira distorcida para destilar seu ódio contra cristãos", diz Valadão.

Leia, abaixo, a íntegra do texto publicado por André Valadão:

"Queridos irmãos e amigos,

Estive introspectivo e em oração para entender a avalanche de acontecimentos dos últimos dias. Minha vida e da minha família foram expostas, mentiras e interpretações distorcidas se espalharam. Mas hoje encontrei paz e quero colocar as coisas nos devidos lugares.

Primeiro: não admito, nunca admiti e não autorizo que nossos fiéis agridam, firam, ofendam ou causem qualquer tipo de dano, físico ou emocional, a qualquer pessoa que seja. Repudio o uso de violência física ou verbal a pessoas por conta da orientação sexual. Sou contra o crime de OD1O e incitação à violência e, como cristão, defendo que Deus ama o pecador. E pecadores somos todos, como diz o apóstolo Paulo em Romanos 3:23. Dependemos, sem exceção, do perdão, da misericórdia e da graça de Deus por meio de Jesus Cristo.

Apesar da repercussão sobre o culto do dia 2 de julho, preciso dizer que nenhum dos nossos fiéis interpretou o que eu disse da forma como a imprensa divulgou. Não há qualquer relato de agressão ou ameaça.

Não fiz nada além do que repetir o que está escrito na Bíblia. Ademais, minha pregação como pastor foi dirigida apenas a fiéis e está protegida pela liberdade de culto, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos. Aproveitadores estão usando o episódio de maneira distorcida para destilar seu ódio contra cristãos.

Também jamais saiu da minha boca a expressão "e Deus deixou o trabalho sujo para nós", que maldosamente inúmeras pessoas espalharam por aí. Essas responderão judicialmente. Basta assistir ao vídeo do culto para ver que essa frase nunca foi dita.

Ao me referir à história do dilúvio e de Noé, quis lembrar das consequências que o pecado pode ter sobre todos nós. "Porque o salário do pecado é a morte", diz Romanos 6:23. Hoje, a morte é espiritual, é a separação completa de Deus. Cabe a nós cuidarmos para que nossos filhos não caiam em armadilhas que os distanciem de Deus.

Foi isso o que quis dizer por tomar as cordas de novo, "resetar a máquina" e recomeçar. Precisamos ser mais firmes no nosso ensinamento da fé e da Palavra. Mas sempre levando o Amor à frente de tudo."


PULA FOGUEIRA

O historiador Leandro Karnal e seu namorado, o cantor Vitor Fadul, participaram do "Arraiá da Way", da agência Way Model, realizado na Casa das Caldeiras, em São Paulo, na semana passada. As modelos Caroline Trentini e Anabela Santos estiveram lá. O fundador da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges, e seu namorado, o modelo Fernando Schnerocke, também compareceram.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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