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Alexandre de Moraes não teria coragem de prender Bolsonaro sem julgamento, dizem aliados de ex-presidente

Popularidade do ex-presidente impediria medida de força sem justificativa muito sólida

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O grupo que ainda se mantém próximo de Jair Bolsonaro (PL) não acredita que o ex-presidente possa ser preso nos próximos dias.

Nesta semana, com o recrudescimento das denúncias contra ele, as redes sociais foram inundadas por falsos rumores de que Bolsonaro poderia ser preso na manhã desta sexta (18).

O ministro Alexandre de Moraes - Pedro Ladeira - 30.jun.2023/Folhapress

Apesar do frenesi, integrantes da equipe que assessora Bolsonaro afirmaram à coluna que não temem pela prisão imediata do ex-presidente.

Eles acreditam que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que relata diversas investigações contra Bolsonaro, não teria a coragem de prendê-lo sem um motivo muito bem fundamentado.

Uma das razões seria a grande popularidade do ex-presidente, que teve 58,2 milhões de votos nas eleições de 2022, praticamente empatando com Lula (PT), que o superou na corrida eleitoral com 60,3 milhões de votos —uma diferença de apenas 2,1 milhões.

O prestígio de Bolsonaro junto a uma parcela grande dos eleitores faria com que qualquer decisão de Moraes fosse observada com lupa.

No Brasil, uma pessoa só pode ser presa depois de julgamento transitado em julgado –ou seja, depois que todos os recursos ao alcance dela forem analisados.

Os casos contra o ex-presidente ainda estão em fase de investigação. Para ser condenado, ele precisaria antes ser denunciado pelo Ministério Público Federal, apresentar a sua defesa e passar pelo julgamento no colegiado do STF.

Na etapa atual, Bolsonaro poderia ser preso preventivamente caso, por exemplo, tentasse interferir na produção de provas ou se constrangesse testemunhas.

Os aliados do ex-presidente afirmam que ele não está fazendo nada disso e que não tem contato com os outros investigados nos inquéritos.

Nesta semana, dois fatos novos aumentaram a temperatura dos casos que o envolvem: o depoimento do hacker Walter Delgatti na CPI do 8/1 e as informações de que o tenente-coronel Mauro Cid faria uma "confissão" que o incriminaria no caso das joias vendidas no exterior.

O hacker afirmou que ouviu de Bolsonaro pedidos para fraudar as urnas eletrônicas, colocando em xeque o processo eleitoral, e para assumir como de sua autoria um grampo feito em Alexandre de Moraes.
Bolsonaro afirma que Delgatti está criando fantasias e que nada disso ocorreu.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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