A Associação Nacional de Servidores do Arquivo Nacional (Assan) elaborou uma nota em que acusa a diretora de Gestão Interna do órgão, Gecilda Esteves Silva, de assédio moral e de ter atacado servidores em uma reunião no dia 3 deste mês.
Depois do encontro, funcionários procuraram a Assan para denunciar o tratamento dispensado pela diretora na ocasião. Segundo relatos colhidos, após servidores questionarem pontos de administração do órgão, ela dado palavras de ordem como "vocês têm que parar com essa vagabundagem" e dito que eles deveriam "levantar a buzanfa da cadeira e ir trabalhar" e "parar de palhaçadinha".
A associação emitiu uma nota condenando a atitude de Gecilda. "Assim como não nos calamos frente aos ataques vindos do governo [Jair] Bolsonaro, não podemos aceitar calados este ataque vindo de funcionários de um governo que ajudamos a eleger", disse a Assan.
E seguiu: "Os servidores do Arquivo Nacional, muitos com 20, 30 anos de serviços prestados, não podem ser desrespeitados desta forma". O órgão federal, que tem como função preservar registros históricos do país e do governo, está submetido ao Ministério de Gestão e Inovação, comandado por Esther Dweck.
O presidente da Assan, Felipe Almeida, narra à coluna que se reuniu com Gecilda e a diretora-geral do Arquivo, Ana Flávia Magalhães Pinto, na última sexta (11). Segundo ele, as duas concordaram que o tratamento dado aos servidores não foi adequado e se comprometeram em trabalhar para que episódios do tipo não ocorram.
A associação irá convocar uma assembleia para repassar o que foi discutido na reunião.
Procurado, o Arquivo Nacional diz, em nota, que a "qualidade de vida no ambiente de trabalho" é uma das prioridades da atual gestão. O órgão chamou o caso de "episódio de tensão" e confirmou o encontro com a Assan.
Na ocasião, segundo a nota, a diretora-geral teria reforçado o compromisso de sua gestão para superar práticas de assédio e de discriminação no cotidiano do órgão.
"Reforçou que compreende o temor dos/as servidores/as após anos de naturalização de violências e lamentou o episódio de tensão mencionado. Garantiu que ampliará os esforços em curso para a construção de um ambiente de trabalho saudável, o que inclui um cuidado ainda mais especial com a comunicação não violenta", segue o posicionamento do órgão.
CONTOS
O escritor Milton Hatoum prestigiou o lançamento do livro "Todos Juntos", de Vilma Arêas, na semana passada, na livraria Megafauna, em São Paulo. O romancista Bernardo Carvalho, colunista da Folha, também passou por lá.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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