Pelo terceiro ano seguido, o humorista Paulo Vieira poderá ser visto fazendo piadas e comentários irônicos e sarcásticos ao longo do Melhores do Ano, premiação que ocorre desde 1995 no Domingão, da TV Globo —começou com Faustão e segue desde 2021 sob o comando de Luciano Huck.
Embora afirme "amar fazer a apresentação", ele diz que também sofre muito nos dias e meses que antecedem o especial —e chega até a pensar em desistir.
"Todo ano eu digo que não vou fazer o próximo. Todo ano, antes de entrar no palco, eu viro para o meu empresário e falo: 'Me lembra de não aceitar no ano que vem'", conta o humorista à coluna. Paulo diz que se sente "muito pressionado" por se tratar de uma performance ousada, o que não é comum na TV aberta.
"E eu acho que o caminho da ousadia é muito solitário. Se você acerta, você é aclamado. Mas, se você erra, todo o mundo fala: mas quem mandou ser ousado?"
"Então, eu já me vejo na obrigação de acertar. E eu levo muito a sério a qualidade do meu texto, porque a única coisa que eu tenho a oferecer é a qualidade do meu trabalho", argumenta.
No ano passado, Paulo Vieira foi alvo de ataques nas redes sociais por causa das piadas que fez durante o Melhores do Ano com bolsonaristas.
Uma das brincadeiras foi questionar Deus por levar o "Velho do Rio embora e nos deixa o Velho da Havan". Paulo se referia ao personagem da novela "Pantanal" e ao empresário bolsonarista Luciano Hang.
Em outro momento, ele tirou sarro dos atos golpistas espalhados pelo país ao dizer que, se não ganhasse o prêmio Paulo Gustavo de Humor, iria pedir "voto impresso" e ir para a porta de quartel pedir "a volta do Faustão" —Tatá Werneck foi a vencedora na categoria.
Dias depois, Vieira disse à coluna que não se arrependia das piadas, mesmo tendo recebido mensagens racistas e ameaças —o humorista foi um dos principais nomes do meio artístico a apoiar a eleição de Lula (PT).
Apesar de no ano passado ter tido uma piada sobre a atriz bolsonarista Cássia Kiss cortada durante a exibição da premiação —que foi gravada uma semana antes— Paulo Vieira afirma que a produção e a direção do Domingão lhe "dão toda a liberdade" para se expressar.
"Eu sempre falei para a Globo que me interessava ficar lá para fazer trabalhos dos quais eu me orgulhasse, trabalhos modernos, com liberdade para fazer humor. E acho que as nossas edições do Melhores do Ano romperam barreiras de liberdade no humor e de possibilidades de fazer piadas mesmo", analisa.
Para ele, a repetição da sua parceria com Luciano Huck na celebração deste ano é prova de que o trabalho está dando certo.
"Eu levo essa apresentação muito a sério, acho que levo a sério até demais. Deveria relaxar um pouco, mas vou esperar ainda ter uma carreira consolidada para relaxar. Por agora é tensão, dedicação e obstinação."
NO PRELO
O sambista Mosquito lançará na próxima quinta (30) o single "Pega-Pega". A faixa versa sobre amor e imprevisibilidade e foi escrita em parceria com Claudemir Rastafari, compositor de canções que se consagraram nas vozes de cantores como Alcione, Xande de Pilares e Zeca Pagodinho. O músico Pretinho da Serrinha assina a produção da faixa —uma parceria que se repetirá em outras composições do novo disco de Mosquito, previsto para o primeiro trimestre de 2024.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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