Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu violência

PM intimida e vai a enterro de mortos na Baixada Santista, relatam familiares

Governo de SP diz que forças de segurança 'não compactuam com desvios de conduta'

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Familiares de vítimas da Operação Verão, que está em curso na Baixada Santista, no litoral paulista, desde fevereiro, afirmam que estão sendo intimidados por policiais. Agentes das forças de segurança do governo Tarcísio de Freitas estariam, inclusive, comparecendo aos velórios e enterros dos mortos para pressioná-los.

Os depoimentos foram dados a uma comitiva formada por representantes de entidades de defesa dos direitos humanos, que viajou ao local no domingo (3) para ouvir as famílias dos mortos. O número de óbitos chegou a 39 desde a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, no dia 2 do mês passado.

Movimentação de policiais do Baep, na Vila Baiana, no Guarujá - Danilo Verpa - 31.jul.2023/Folhapress

"Além de pegar detalhes de como se deram os assassinados, o que chamou a nossa atenção foi a atitude da polícia, pós-chacina, de intimidar familiares para evitar denúncias [contra as forças de segurança]", diz o presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), Dimitri Sales, que integrou a comitiva.

"Há episódios de policiais acompanhando velórios e enterros de vítimas. Há imagens da polícia dentro do cemitério. Há relatos de agentes entrando na casa para quebrar coisa e intimidar", afirma ainda.

O clima de ameaça seria tamanho, segue ele, que a comitiva iria se reunir com cinco famílias no domingo, mas três cancelaram o encontro com medo de retaliação.

Também estavam presentes na comitiva a ouvidora nacional de Direitos Humanos, Luzia Cantal, o ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, e representantes de entidades como a Comissão Arns e o Instituto Vladimir Herzog.

A partir dos depoimentos colhidos, o grupo deve elaborar um relatório semelhante ao que foi apresentado ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, na semana passada.

Como mostrou a coluna, o documento denunciou casos de execução sumária, tortura, ameaças e abusos por parte da atuação de agentes da Polícia Militar (PM). Os relatos incluíam tortura com saco plástico e policiais sobrepondo cadáveres uns aos outros para formar o símbolo da cruz.

No ano passado, 28 pessoas foram mortas na Operação Escudo, deflagrada após o assassinato do também soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30. Mesmo com nomes diferentes (Verão e Escudo), as investidas dos policiais são semelhantes, ocorrendo principalmente nas periferias das cidades litorâneas de Santos, São Vicente e Guarujá.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) nega abusos nas operações e, em nota, diz que as forças de segurança "atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional e não compactuam com desvios de conduta".

"As corregedorias das polícias Civil e Militar estão à disposição para formalizar e apurar com absoluto rigor toda e qualquer denúncia contra agentes públicos", afirma a pasta.


CHEGUEI

A vice-presidente da Cimed, Karla Marques Felmanas, recebeu convidados para o lançamento de seu livro "Oi, Tchurma", realizado na Livraria da Travessa do Shopping Iguatemi, em São Paulo, na semana passada. O diretor criativo Giovanni Bianco esteve lá. O sócio-diretor da XP Rafael Furlanetti também compareceu.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH; colaborou LUANA LISBOA

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