A cerimônia que empossou Cármen Lúcia como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), realizada na noite de segunda-feira (3), em Brasília, foi comemorada por magistradas que integram a corte eleitoral e ainda são minoria no espaço decisório.
Quatro mulheres compõem os quadros do tribunal atualmente. Cármen Lúcia, promovida a presidente, e Isabel Gallotti têm assentos efetivos. Já Vera Lúcia e Edilene Lôbo, as primeiras mulheres negras a se tornarem ministras na história do TSE, atuam como substitutas.
Cármen Lúcia sucede o ministro Alexandre de Moraes, que teve uma gestão marcada, entre outros pontos, pelo enfrentamento a ataques contra o sistema eleitoral no pleito de 2022. Ao sair da presidência, ele também deixa o tribunal.
Na noite de segunda-feira, após o encerramento da cerimônia que marcou o fim de seu mandato, Moraes saiu da sede do TSE sorridente e animado.
Ao chegar à garagem do edifício, pouco antes de entrar em seu carro, fez uma brincadeira com o ministro Gilmar Mendes, do STF, e cochichou ao ouvido do colega de corte, que respondeu com gargalhadas.
Cerca de cinco minutos depois, surgiu pela mesma saída o ministro Edson Fachin, que sacou seu telefone e disse: "Alexandre! Te procurei para te dar um abraço, mas você saiu como um foguete".
Ao falar sobre a solenidade e a nova presidência do TSE, Edilene Lôbo diz ser impossível destacar qual a melhor passagem do discurso de posse feito por Cármen Lúcia, repleto de críticas à disseminação de desinformação nas redes sociais.
"A ministra Cármen, como em tudo o que ela faz, escreve e julga, também é uma oradora maravilhosa. Ela é uma poetisa e fez desenhos lindos, advertências importantes e se comunicou, primeiro, com o cidadão e com a cidadã", afirma a magistrada à coluna.
"A posse dela é emocionante, e a gestão da ministra certamente promete bons frutos. É muito importante ter uma mulher dando sequência à gestão tão profícua desse tribunal", segue.
A ministra Vera Lúcia, por sua vez, afirma que o discurso inaugural trouxe firmeza e a determinação de fazer cumprir o que diz a Constituição, mas também "doçura".
"Pela segunda vez, a ministra Cármen preside o TSE, e quis o destino também para as eleições municipais. O que, naturalmente, dá uma segurança muito grande para o conjunto do tribunal e fundamentalmente para a sociedade, para os partidos políticos", afirma a magistrada.
"Acho que a gente vai ter uma continuidade no sentido da firmeza e da sustentação democrática, com o modus operandi muito próprio de uma mulher das Gerais", completa ela, em referência à origem mineira da presidente da corte.
Ao ser perguntada sobre a ausência de mulheres negras em tribunais superiores —o STF (Supremo Tribunal Federal) nunca foi integrado por uma—, Vera Lúcia diz que ainda há "uma longa trilha a ser feita". A visão é corroborada pela ministra Edilene Lôbo, que defende que o debate sobre o tema seja permanente.
"Nós precisamos continuar falando da necessidade que o Brasil tem de promover mulheres negras aos espaços decisórios, os vários: no mundo acadêmico, na gestão das empresas, na ciência. Não há mulheres negras na ciência porque não há promoção de mulheres negras para esse espaço", afirma Lôbo.
CERTAME
O jogador Neymar Jr. recebeu convidados no leilão beneficente promovido pelo Intituto Neymar Jr. no Clube Atlético Monte Líbano, em São Paulo, na noite de segunda-feira (3). A apresentadora Luciana Gimenez esteve lá. Os lutadores Popó e Minotauro também compareceram.
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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