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Comissão Interamericana convoca audiência com quilombolas para discutir tragédia de Mariana

Estado brasileiro também será chamado a participar da conversa, marcada para o dia 12 de julho

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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) convocou uma audiência com representantes de comunidades quilombolas que vivem no entorno de Mariana (MG) e foram afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015. O Estado brasileiro também será chamado a participar da conversa, marcada para o dia 12 de julho.

Os povos tradicionais afirmam que o Brasil "tem falhado reiteradamente" em sua obrigação de responsabilizar as empresas envolvidas no acidente, deixando de prestar assistência à população atingida e de garantir proteção contra danos ambientais persistentes.

Bento Rodrigues, em Mariana (MG), após rompimento de barragem em novembro de 2015
Bento Rodrigues, em Mariana (MG), após rompimento de barragem em novembro de 2015 - Douglas Magno/AFP

A queixa chegou ao órgão internacional por meio de uma representação feita pela Associação Quilombola da Comunidade Santa Efigênia e Adjacentes, que congrega as comunidades afetadas.

A entidade diz que, apesar de a comunidade Santa Efigênia estar localizada a menos de 60 quilômetros da barragem que se rompeu e de enfrentar impactos "devastadores" desde então, a Fundação Renova, responsável pelas reparações, não reconhece o território como parte afetada pelo acidente.

A organização, por sua vez, afirma que está em andamento um processo de entendimento sobre os possíveis impactos que os quilombolas teriam sofrido. E que, caso eles sejam comprovados, os povos tradicionais poderão ser atendidos por meio de ações de reparação.

"Estamos extremamente satisfeitos com a decisão da Comissão de aceitar o pedido de audiência apresentado pela associação. Este é um passo fundamental na busca por justiça para os atingidos pelo desastre de Mariana, que demonstra o reconhecimento da gravidade e da importância do caso no cenário internacional", afirma o advogado Felipe Hotta, sócio do Pogust Goodhead e do Hotta Advocacia.

"Este é um momento de esperança e resiliência para as comunidades quilombolas, que há muito lutam por justiça e reparação. Continuaremos a trabalhar para que os afetados recebam a compensação que merecem e seus direitos sejam respeitados", diz ainda.

A estrutura que se rompeu pertencia à Samarco, joint-venture formada entre a Vale e a BHP, a maior mineradora do mundo em valor de mercado. Mais de 720 mil brasileiros processam a empresa australiana pelo colapso da barragem, e um processo está em andamento na Justiça da Inglaterra.

A BHP argumenta que a Vale deveria compartilhar qualquer responsabilidade potencial, uma vez que as duas detinham 50% da Samarco. A Vale chegou a apresentar contestação, apontando que qualquer disputa entre a empresa e a BHP deveria ser julgada no Brasil. O apelo, porém, foi rejeitado.


SOM

   A cantora Larissa Luz
A cantora Larissa Luz - Caio Lirio/Divulgação

A atriz e cantora Larissa Luz lançará um novo álbum neste ano, previsto para o mês de outubro. O trabalho sairá após um hiato de dois anos desde que seu EP "Deusa Dulov (Vol. 1)" chegou às plataformas de streaming. A artista é curadora do Festival Afropunk no Brasil e se apresentará nas edições do evento em Nova York e em Salvador.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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