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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Familiares de Kathlen Romeu buscam autoridades em Brasília por apoio à resolução do caso

Designer de interiores foi atingida por um tiro de fuzil aos 24 anos, no Rio, quando estava grávida de quatro meses; caso ocorreu em 2021

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Familiares e amigos da designer de interiores Kathlen Romeu, que foi morta em junho de 2021 ao ser atingida no tórax por um tiro de fuzil, desembarcaram em Brasília para uma série de encontros com autoridades. Eles pedem que ministérios do governo Lula acompanhem o andamento do caso, ainda sem desfecho.

A jovem de 24 anos estava grávida de quatro meses e visitava a avó no Complexo do Lins, na zona norte do Rio de Janeiro, quando foi alvejada. Na época, a Polícia Militar afirmou que agentes da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local teriam reagido a um ataque de criminosos da região. A versão, no entanto, foi contestada pelo Ministério Público.

Kathlen de Oliveira Romeu, 24, que estava grávida e morreu após ser baleada no Complexo do Lins, zona norte do Rio - @eukathlenromeu no Instagram

Cinco PMs são acusados de alterar a cena do local em que Kathlen foi morta e respondem na Justiça Militar por fraude processual. Dois deles, os policiais Rodrigo Correia de Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano, foram denunciados por homicídio.

"Por que até hoje, quase três anos depois, ninguém foi preso? Por que os policiais foram acusados, mas sequer foram pronunciados pelo crime de homicídio? Por que essa lentidão, tendo em vista tantas provas?", questionam os familiares e amigos da jovem, em carta que será entregue a autoridades.

Os encontros estão sendo articulados pelo deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), vice-lider do governo da Câmara dos Deputados e uma espécie de porta-voz do caso em Brasília.

"Não buscamos vingança, mas exigimos justiça. O Estado, que é tão ágil para prender e matar o povo preto, não pode demorar tanto para responsabilizar seus agentes quando executam os nossos," afirma Vieira.

Para esta quarta-feira (5) estão previstos encontros com os ministros da Igualdade Racial, Anielle Franco, e dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e com representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A comitiva ainda tenta uma agenda com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, ou com o ministro Flávio Dino, mas ainda não há confirmação.

A mãe de Kathlen, Jacklline Lopes, participa das reuniões, que ainda reúnem amigos da vítima e o diretor da Federação de Favelas de Favelas (Faferj), Gabriel Siqueira. Eles questionam, entre outros pontos, o fato de os policiais acusados pelos crimes de homicídio e de fraude seguirem em atividade.

"Em qual país do mundo se dispara um fuzil dez vezes numa comunidade onde moram quase 20 mil pessoas, próximo a casas e creches em horário escolar? A política de segurança assume e permite este risco", afirmam na carta.

Além do acompanhamento do caso, familiares, amigos e movimentos sociais reivindicam que policiais sejam obrigados a usar câmeras corporais e que elas fiquem ligadas enquanto estiverem em serviço.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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