Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Olimpíadas 2024

'Eu já morri um monte de vezes', diz Galvão sobre mudanças no jornalismo

Embaixador da Casa Brasil dividiu espaço em Paris com influenciadores e foi cercado por legião de fãs

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Paris

Depois que discursou como embaixador da Casa Brasil na cerimônia de abertura do espaço, na quinta (25), em Paris, Galvão Bueno foi cercado por uma legião de admiradores —da ex-jogadora de vôlei Virna a CEOs das empresas que patrocinam o espaço.

"Eu já morri um monte de vezes", disse ele em um bate-papo com a coluna sobre o fenômeno dos influencers —comunicadores de grande popularidade que têm seus próprios canais e, graças à internet, não precisam do apoio de grandes empresas de mídia para viabilizar o seu trabalho.

A imagem mostra um grupo de pessoas em um evento. À esquerda, uma mulher com cabelo preso e camisa branca sorri para a câmera. Ao centro, um homem idoso com óculos e um terno escuro segura um prêmio, enquanto ao seu lado, uma mulher alta com cabelo loiro e camisa branca também sorri. Ao fundo, há outras pessoas e uma tela grande iluminada.
A ex-atleta Maurren Maggi, a empresária Desirée Soares e o marido, o locutor Galvão Bueno, e a ex-jogadora de vôlei Érika Coimbra na Casa Brasil, em Paris - Mônica Bergamo - 25.jul.2024/Folhapress

Eles hoje dividem espaço e prestígio com jornalistas consagrados como Galvão Bueno, e nas Olimpíadas de Paris o fenômeno parece viver a sua consagração.

O narrador afirma que não tem o menor receio e que acredita que "vai demorar bastante para nos deixarem para trás".

Profissionais da imprensa informativa dividem hoje espaço com novos comunicadores. O trabalho jornalístico como nós o conhecemos é ameaçado por esse fenômeno, ou haverá uma convivência?

Eu acho, Mônica, que sempre haverá lugar para nós, que há tantos e tantos anos levamos informação para o público.

No meu caso, eu digo sempre que sou um equilibrista. Porque de um lado eu jogo com a emoção das pessoas e, com outro, é a realidade dos fatos, porque eu não posso fugir dela.

Eu ando no fio da navalha. Você já viu algum equilibrista que não tenha caído alguma vez?

Sempre vai ter espaço para nós, que estamos nessa vida [jornalística] faz tempo.

Mas deixando as personalidades de lado e pensando em como as coisas serão em um futuro de fato mais distante, quando você morrer, outros morrerem...

Ih, eu já morri um monte de vezes.

Hoje uma pessoa dá uma notícia. Se ela for correta, é correta, se ela não for correta, os outros repetem, repetem, repetem, repetem.

Eu, por exemplo, fiz críticas à seleção brasileira. Foram milhões e milhões de visualizações, nesse mundo novo. Mas muitos usam um trecho daqui, edita com o trecho dali. Depende da responsabilidade de cada um, da seriedade profissional de cada um.

Ando no fio da navalha. Você já viu algum equilibrista que não tenha caído alguma vez?

Galvão Bueno

locutor e apresentador

Eu não sou contra nenhum veículo de comunicação. E acho que o mundo está inteiramente aberto.

O Podpah está aqui com a gente, Fátima Bernardes está com eles. Quantos anos de Jornal Nacional, de história, tem a Fátima?

No Canal GB [canal de Galvão no YouTube] eu estou neste mundo novo com o Marcos Uchôa, temos 21 anos de Olimpíadas juntos. Então, tem espaço para todo mundo. Mas tem que haver responsabilidade.

No jornalismo já consolidado sempre houve uma separação muito rígida da publicidade. Quando o profissional passa a ter o seu próprio veículo, sem o mesmo poder comercial de uma grande empresa, é mais difícil manter essa blindagem?

Deixa eu te dizer uma coisa: eu tenho hoje o meu canal, com uma equipe de profissionais que têm uma grande história no jornalismo, que trabalharam na TV Globo comigo por anos e anos.

O que a gente faz, de que eu faço questão? De fazer o jornalismo neste novo mundo, virtual, da forma que nós sempre fizemos.

Ainda vai demorar bastante para nos deixarem para trás

Galvão Bueno

locutor e apresentador

"Ah, disseram que..." [referindo-se a apurações jornalísticas]. Quem disse? Cadê a notícia? Vamos checar a fonte, vamos trabalhar de forma correta. Ou seja, fazer o jornalismo como ele deve ser feito. Não há como a gente mudar o mundo.

O mundo virtual vai ser cada vez maior. Mas nós vamos sempre ter, sim, o nosso espaço. Ainda vai demorar bastante para nos deixarem para trás.

Dá um palpite sobre quantas medalhas?

Em Tóquio foram 21. Eu agora acredito em 23.

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