Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Eduardo Bolsonaro apoia AT&T contra 'uma famosa emissora de TV'

Indicado embaixador, filho do presidente quer mudar lei para que grupo americano tenha operação, produção e até esporte no país

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Ainda deputado federal, Eduardo Bolsonaro quer cortar artigos de lei 'criada para reduzir a concorrência' à Globo - Reprodução

Indicado pelo pai para ser o embaixador do Brasil em Washington, Eduardo Bolsonaro surgiu em vídeo, por YouTube (abaixo) e outras, propondo acabar com as restrições à propriedade cruzada em TV paga.

Falando a “você que gosta de séries”, defendeu que o grupo AT&T-Warner, que controla no Brasil a operadora Sky e a produtora HBO, não tenha mais restrições para manter as duas unidades —cuja propriedade cruzada, resultado da fusão nos EUA, é vedada por uma lei de 2011.

“Há quem diga que essa lei foi criada para reduzir a concorrência” e favorecer “uma famosa emissora de TV”, argumentou com ironia o eventual embaixador, citando um projeto de lei apresentado “para colocar ponto final nessa questão”.

Mas há pressa. “Dentro do governo Bolsonaro”, prosseguiu, “existem pessoas que dão como certa uma medida provisória a fim de acabar com essa proibição”. Aí, “quem for operador vai poder ser produtor de conteúdo, e você vai poder assistir à sua série”.

Segundo o site Tela Viva, “a limitação brasileira ao processo de fusão AT&T-Warner surgiu nas conversas entre Bolsonaro e Trump, em março”, acompanhadas por Eduardo.

CNN BRASIL ATÉ NOVEMBRO

A AT&T-Warner é dona da CNN, que foi licenciada no país e estreia concorrente da GloboNews até novembro, sob a direção de Anthony Doyle, que até o início do ano era executivo do grupo americano no Brasil.

Doyle é vice-presidente da CNN Brasil. O novo canal tem como sócio-fundador e CEO Douglas Tavolaro, que até o início do ano era vice-presidente da Record.

DIGNIDADE

Como revelou a Folha, a embaixada brasileira escreveu ao Washington Post para questionar editorial em que o jornal afirmou que Bolsonaro “nega a realidade” do desmatamento da Amazônia.

A resposta do WP foi publicar longa entrevista com Ricardo Galvão, demitido da chefia do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) pelo presidente brasileiro. O pesquisador comentou que fez “uma defesa da dignidade da ciência brasileira”.

Galvão falou também à Scientific American contra os “ataques à ciência”, no enunciado da revista americana.

BOICOTE

No título do despacho da Reuters reproduzido por New York Times e outros, o porta-voz de Bolsonaro, “general Otávio Rêgo Barros”, afirmou que o governo brasileiro “não espera um boicote por causa do desmatamento”.

KIMBERLY BREIER FOI EMBORA

Eduardo Bolsonaro pode ir, mas WP e NYT noticiaram que não vai mais encontrar em Washington a secretária-assistente de Estado responsável pela América Latina. Kimberly Breier pediu demissão, segundo a cobertura, depois de ser atropelada pela Casa Branca em temas da região.

No último ano, ela teria sido “especialmente eficaz no impulsionamento das relações dos EUA com novos governo de direita como o Brasil”, diz o WP.

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