Imprensa e mídia social atravessaram a quinta-feira em pé de guerra na China, com o anúncio por veículos taiwaneses e japoneses de que a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, viajaria para Taiwan neste domingo (10).
A rede CCTV encabeçou os tópicos no Sina Weibo com a notícia de que "o Exército de Libertação Popular tomará medidas efetivas para frustrar interferência externa e tentativas separatistas de Taiwan".
Também nos tópicos, ecoava a proposta de Hu Xijin, jornalista do Global Times, de proibir voos em Taiwan e sobrevoar a ilha com caças no dia, entre outras medidas militares.
A mobilização crescente foi manchete no portal Guancha (imagem acima, com a reação "séria" do ministério chinês do exterior) e no site em inglês da agência Xinhua, repercutindo nos EUA por órgãos como Bloomberg e Reuters, com atenção para Hu.
Fechando o dia, nos destaques do Weibo, novamente com CCTV, "Pelosi infectada por coronavírus". Na manchete do Global Times, "Pelosi 'testa positivo e adia viagem à Ásia' após China alertar para medidas resolutas e vigorosas por suposta visita a Taiwan".
Hu, também no Weibo: "Pelosi, de 82 anos, testou positivo e anunciou adiamento. O Exército de Libertação Popular, que está pronto para 'acolhê-la', pode descansar um pouco".
EUA AMEAÇAM ÍNDIA
As manchetes de jornais como Jagran e Times of India foram para a nova votação do país na ONU, favorável à Rússia, e para a "pressão" crescente dos EUA, agora até chamando ministros indianos a Washington.
A Casa Branca divulgou que um "alinhamento estratégico mais explícito" de Nova Déli a Moscou trará "consequências" econômicas.
CHOMSKY E O PERIGO
Na New Statesman, o ativista e acadêmico americano Noam Chomsky, 93, critica Vladimir Putin pela "agressão criminosa" à Ucrânia, onde nasceu seu pai, mas acrescenta: "Por que ele fez isso?". Destaca que os EUA anunciaram em setembro cooperação militar com a Ucrânia, aproximando o país da Otan. Lista "o longo histórico" de intervenções americanas e a fome no Afeganistão "porque os EUA não liberam o dinheiro afegão dos bancos em Nova York".
Por fim, alerta, citando a ameaça de guerra nuclear e ao clima: "Estamos nos aproximando do ponto mais perigoso da história humana".
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