Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Com guerra sem fim, reúne-se nos EUA o complexo militar-industrial

Na Bloomberg, historiador Niall Ferguson alerta para 'consequências políticas' do conflito prolongado sobre países que dependem de trigo e fertilizantes

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Há três semanas, antes de Biden explicitar em discurso que busca a derrubada de Putin, Niall Ferguson, historiador de Stanford e Harvard, já escrevia na Bloomberg que "os EUA pretendem manter a guerra".

E alertava que "Biden está cometendo erro colossal ao pensar que pode derrubar Putin e sinalizar para a China se manter longe de Taiwan".

Agora Reuters (com a foto abaixo) e New York Times noticiam que "o Pentágono chamou líderes dos oito principais fabricantes de armas dos EUA" para reunião com seu departamento "comprador de armas".

O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, visto do alto em 3 de março de 2022, em Washington, nos EUA - REUTERS

"As autoridades militares querem que as empresas militares comecem a trabalhar para um longo conflito", diz o principal jornal americano. Das oito, é ressaltada a Raytheon, onde Biden foi buscar o atual chefe do Pentágono, general Lloyd Austin.

O NYT chamou ao lado para um texto cobrando da Alemanha "o compromisso de se armar", inclusive com caças F-35A. O primeiro-ministro Olaf Scholz está "vacilando", critica o jornal.

Ferguson voltou com um alerta ao "mundo", na coluna seguinte:

"Quanto mais a guerra continuar, maior será a ameaça de estagflação. Será mais grave em países que dependem de Ucrânia e Rússia não só para energia e grãos, mas fertilizantes, cujos preços dobraram. Qualquer um que ache que isso não terá consequências sociais e políticas é um ignorante de história."

DESTRUÍ-LA E RECONSTRUÍ-LA

Veículos chineses como Guancha vêm publicando análises com as lições da Ucrânia para a tomada de Taiwan. Por exemplo, evitando o confronto direto com os Javelins da Raytheon:

"A libertação de Taiwan é uma questão de uma vez por todas, e não temos medo de destruí-la e reconstruí-la. As redes de água, eletricidade e telefone devem ser cortadas; rádio e televisão, interrompidos; estradas, pontes, túneis, portos e postos não podem escapar. Os cabos submarinos para EUA e Japão serão fisicamente cortados."

Hu Xijin, do Global Times, via mídia social:

"Se Taiwan buscar secessão incitada pelos EUA e desencadear uma guerra, o Exército de Libertação Popular lançará milhares de mísseis no primeiro dia (os militares russos usaram menos de mil até agora) e esmagará o exército taiwanês em horas. O Exército de Libertação Popular nunca atacará o povo de Taiwan."

Já influenciadores chineses como Carl Zha escrevem que "a China resolverá a questão dos semicondutores em cinco anos, antes da questão de Taiwan", que "será irrelevante depois disso".

SOBRE XANGAI

Com notícia da publicação financeira Caixin (acima), o agregador americano de mídia chinesa Sinocism destaca que os dados de infecção em Xangai estão se estabilizando, com a projeção de "estar sob controle por volta de 3 de maio".

Se confirmada, "a expectativa é ver muito mais propaganda triunfante, sobre a batalha contra a ômicron".

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