Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Lobby nos EUA agora defende Big Tech como arma contra 'autoritarismo'

Em Washington, projetos para conter poder de Google e outros não andam, por justificativas que incluem 'segurança nacional'

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O New York Times lamentou na sexta (22) que as propostas para conter o poder das gigantes da tecnologia, Big Techs, não avançam no Congresso americano.

Projetos antitruste contra "Apple, Amazon, Google e Meta, dona do Facebook e do Instagram, caíram no limbo em meio a um lobby feroz".

No site Politico, o líder democrata no Senado cobra que autores de projeto antitruste apresentem mais apoio, antes de ele liberar para votação - Reprodução

O jornal concentra esperanças num último projeto de lei, relativamente pouco ambicioso, que restringiria a prática das plataformas de privilegiar seus próprios serviços e produtos.

As gigantes saíram a campo com ameaças conhecidas, já lançadas noutros mercados. O Google falou que isso inviabilizaria o Google Maps nos EUA; a Amazon, que inviabilizaria o Prime etc.

Saudando a regulação europeia recente das Big Techs americanas, o NYT critica repetidamente o "lobby feroz" nos próprios EUA, sem mencionar porém o que chocou, na semana.

Como noticiado na terça (19) pelo Punchbowl, de Washington, ecoando a partir daí, um grupo de ex-secretários de Defesa e de Segurança Interna, ex-diretores da CIA e outros soltou um abaixo-assinado contra projetos que afetem a hegemonia das empresas em suas áreas.

São nomes como Leon Panetta e James Clapper, alguns deles conhecidos por outro abaixo-assinado, às vésperas da eleição passada, cobrando barrar os emails de Hunter Biden, filho de Joe —com êxito junto a imprensa e plataformas.

São nomes conhecidos também pelos vínculos financeiros diretos e indiretos, via conselhos e fundações, com as próprias empresas.

O argumento agora é o mesmo que vem sendo esgarçado por Biden. "Este é um momento crucial na história", começa o texto.

"Há uma batalha se formando entre autoritarismo e democracia, e o primeiro está usando todas as ferramentas, incluindo uma ampla campanha de desinformação."

Na guerra, "as plataformas dos EUA deram ao mundo a chance de ver a verdadeira história", adotando "medidas concretas contra o flagelo da desinformação" da Rússia.

Ou seja, os congressistas "não devem inadvertidamente prejudicar a capacidade das plataformas dos EUA de combater o aumento da desinformação".

No final, proclama-se "o início de um novo capítulo na história global, em que os ideais da democracia serão postos à prova", portanto:

"Os Estados Unidos precisarão contar com o poder de seu setor de tecnologia para garantir que a segurança de seus cidadãos e a narrativa dos acontecimentos continuem sendo moldadas por fatos, não por adversários estrangeiros."

What's on Weibo, site europeu que acompanha as plataformas Sina Weibo e WeChat, reporta que no último final de semana um vídeo tomou as redes sociais chinesas, "As vozes de abril", com áudios de pessoas comuns de Xangai afetadas pelo lockdown. Por exemplo, uma mãe gritando aos vizinhos para conseguir remédio para a filha.

O vídeo de seis minutos, que termina com a mensagem "Xangai, fique bem logo", foi derrubado pouco tempo depois —e pode ser visto no YouTube, do Google, acima.

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