No último dia 8, surgiu na manchete digital e depois impressa do New York Times que o FBI fazia buscas na "casa de Trump". Até ali a manchete era "Biden tem série de vitórias: será um ponto de virada?".

A Casa Branca havia iniciado no dia anterior uma "estratégia digital" de recuperação de imagem, distribuindo fotos de Biden em mídia social, num personagem apelidado de "Dark Brandon" (nome que busca reverter uma ofensa online que vinha sendo usada contra ele):

Passadas três semanas, pesquisa Gallup acaba de responder que aquele dia 8 parece ter sido, de fato, um ponto de virada para Biden e as chances democratas nas eleições ao Congresso. Por Bloomberg e outros, "Biden vê ganho de seis pontos, ampliando terreno político".

Em trecho da análise do Gallup, destacado pela CNN, "a melhoria na aprovação de Biden o coloca em melhor posição em agosto antes das eleições de meio de mandato do que antecessores" como Obama em 2014 e Trump em 18.

O noticiário lista como motivos para a recuperação os pacotes bilionários deste mês para o clima e a saúde, para a indústria de semicondutores e até o mais recente, de perdão da dívida de estudantes. Também o assassinato do líder da Al Qaeda no dia 2, abrindo agosto, a redução gradual no preço da gasolina e a recente derrubada do direito ao aborto em âmbito federal.

Nada, porém, de vincular a virada à manchete do dia 8, sobre a ação da polícia federal de Biden, sob ordem de seu secretário de Justiça.

'GESTAPO DE BIDEN'

Do outro lado, naquele e nos dias seguintes, a Fox News centralizou a resposta republicana, qualificando a ação do FBI de "coisa de Terceiro Mundo" e "República das Bananas". Pesquisa Rasmussen levantou uma maioria de eleitores concordando com a afirmação de que o FBI é "Gestapo de Biden".

Mas a principal reação crítica foi do podcast de Joe Rogan no Spotify. "Trump está realmente encrencado? Porque eu acho que o objetivo era tirá-lo das eleições, tentando julgá-lo por crimes. O que ele fez?", perguntou insistentemente.

FBI & FACEBOOK

Rogan manteve a ofensiva durante entrevista com Mark Zuckerberg (acima), questionando o Facebook por agir contra as revelações do New York Post sobre Hunter Biden, filho de Joe, na reta final de 2020.

O empresário lamentou que "o FBI, que eu ainda vejo como instituição legítima neste país, veio até nós" e alertou contra "propaganda russa", levando à redução do compartilhamento da notícia pela plataforma. Ecoou amplamente, dos editoriais do Wall Street Journal ao talk show do liberal Bill Maher na HBO Max.