Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Haddad segue agradando ao Financial Times, nem tanto aos chineses

Em entrevista, ministro promete 'manter país em base firme'; noutra, cita adiar presidência do Brics pelo Brasil

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O ministro Fernando Haddad surgiu quinta-feira na home page do Financial Times, em entrevista para a editora do jornal, Roula Khalaf, e a editora do noticiário internacional, Anne-Sylvaine Chassany.

Dias antes, o veículo já havia destacado seu "programa ambicioso" de ajuste fiscal. Agora levou à chamada que Lula, diz o ministro, vai "recalibrar o ritmo das reformas".

Segundo o FT, se por um lado o governo brasileiro pode adiar algumas mudanças, devido aos ataques bolsonaristas, também traria outras para o começo da fila, "incluindo a revisão do sistema tributário".

Haddad diz que os ataques mostram que "a oposição a Lula será feita de extremistas", daí a necessidade de "implementação cuidadosa, sobretudo no início, para evitar ser alvo de fake news e tumultos".

No título do Financial Times, ‘Lula vai recalibrar ritmo das reformas após tumultos pró-Bolsonaro, diz ministro da Fazenda’; na legenda, ‘Temos que manter país em base firme, organizado’ - Reprodução

Por outro lado, jornais como Huanqiu, original em chinês do Global Times, de Pequim, repercutem outra conversa de Haddad com jornalistas em Davos, em que tratou do Brics.

O ministro falou que o governo havia pedido aos demais membros o adiamento da presidência rotativa do grupo pelo Brasil, de 2024 para 2025, para não coincidir com sua presidência também do G20. A mudança já havia sido indicada em discurso pelo chanceler Mauro Vieira, ao tomar posse no cargo.

A agência russa Tass ouviu do governo da África do Sul, na presidência deste ano, que "a decisão será tomada por consenso". E a imprensa chinesa ouviu da chancelaria que os cinco estão em "comunicação estreita sobre a questão".

‘XI TAMBÉM’

Questionado em entrevista ao canal GloboNews sobre a viagem aos EUA em fevereiro, para encontrar Joe Biden, Lula acrescentou no final da resposta: "Depois, em março, vou para a China, eu vou conversar com o presidente Xi Jinping também".

Antes, semana que vem, ele vai a Buenos Aires para a cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O retorno do país à organização recebeu atenção na mídia argentina e também na chinesa.

Nesta, o portal 163 (NetEase) publicou a análise "Brasil volta à Celac - ‘Quintal’ dos EUA está realmente mudando, e o quadro multipolar é imparável". Com Lula, de novo, a região "resiste à Doutrina Monroe".

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