Na CNN, o apresentador Fareed Zakaria perguntou para a secretária do Tesouro dos EUA:
"O uso do dólar como arma produziu reação. Lula perguntou por que todos nós estamos sendo forçados a usar o dólar. Macron se referiu da mesma forma. Existe perigo de no futuro olharmos para todas essas sanções e falarmos: 'Este foi o momento em que a hegemonia do dólar começou a vacilar'?"
Resposta de Janet Yellen:
"Existe risco, quando usamos sanções financeiras que são ligadas ao papel do dólar, de que com o tempo isso pode minar a hegemonia do dólar. Claro que cria uma vontade de encontrar uma alternativa, mas o dólar é usado como moeda global por motivos que não são fáceis de encontrar uma alternativa."
No Financial Times, a presidente do Banco Central Europeu falou que, "se as cadeias globais de valor se fragmentarem ao longo de linhas geopolíticas, alguns países poderão reduzir sua dependência do dólar e do euro".
Citou o aumento "anedótico" do uso do renminbi chinês e da rupia indiana no comércio e maiores estoques de ouro sendo usados como ativo alternativo de reserva. Acrescentou:
"À medida que os países em desenvolvimento negociam mais com a China, que se tornou o maior exportador mundial, eles tendem a aumentar as suas reservas de renminbi. Até agora, os dados não mostram mudanças substanciais no uso de moedas internacionais, mas eles sugerem que o status de moeda internacional não deveria mais ser dado como certo."
ÍNDIA & RÚSSIA
Na Reuters, "Índia e Rússia negociam acordo de livre comércio em intensificação das relações".
"Acreditamos que fará uma diferença real em nosso relacionamento comercial", diz o ministro indiano do exterior, S. Jaishankar. Segundo ele, as empresas indianas se beneficiarão da tecnologia russa e Nova Déli "está trabalhando para resolver os problemas de pagamentos".
APOSTA CONTRA O DÓLAR
Na Bloomberg, "O rei dólar ainda não foi destronado, mas agora existe um negócio para fazer".
Explica o chefe de gestão de portfólio da Lumen Capital, de Singapura: "A desdolarização é um jogo de longo prazo, mas, se você quer se posicionar para os próximos três a cinco anos, ela é estruturalmente positiva para a moeda local nos mercados emergentes, principalmente na classe de ativos de renda fixa".
NUM PONTO IDEAL MUNDIAL
Robin Brooks, "o careca", economista-chefe do Institute of International Finance, ex-Goldman Sachs e FMI, esteve no Brasil e comenta, sobre "o maior superávit comercial da história":
"A balança de pagamentos do Brasil mudou fundamentalmente, para um lugar muito bom. Não há nada de 'normal' no superávit de março, que é enorme em relação ao mesmo mês dos anos anteriores. O status do Brasil como exportador de commodities o coloca num ponto ideal mundial."
Ele projeta que o dólar vai cair para R$ 4,50.
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