Ex-chanceler e hoje assessor de Lula, Celso Amorim acaba de fazer uma "discreta viagem" a Moscou, noticiada pelo Valor, e daqui a duas semanas chega a Brasília o chanceler russo Serguei Lavrov, em turnê pela América Latina.
E nesta segunda-feira (3) o jornal inglês The Guardian publica que Gerhard Daniel Campos Wittich, morador do Rio há pelo menos cinco anos, que se dizia brasileiro de família austríaca, é um "suposto espião russo", de sobrenome Shmyrev.
Ele teria simulado desaparecimento em janeiro e já estaria de volta a Moscou, junto com sua suposta mulher Maria Tsalla ou Irina Romanova, que teria morado como espiã em Atenas, na Grécia. Os dois teriam deixado namorados locais para trás.
O caso de ambos saiu há três semanas por gregos como Zougla e Kathimerini e chegou à televisão —e é retomado agora pelo Guardian com detalhes como a recente aquisição de um imóvel próximo ao consulado americano no Rio.
Foi divulgado originalmente pela agência grega de inteligência, EYP, citando trabalho paralelo iniciado há quatro meses em países como Eslovênia, Itália e Noruega, onde outro espião teria se passado por brasileiro. Do comunicado, sem citar a Rússia:
"A contagem regressiva para sua exposição começou após a constatação da tentativa de um terceiro país de obter acesso a dados pessoais de cidadãos gregos mortos, uma prática conhecida que os serviços de inteligência de um país estrangeiro específico usam para a criação de uma categoria de espiões chamada 'ilegais'."
CERCO AMERICANO
Outro espião "ilegal", Serguei Tcherkasov, detido na Holanda também se passando por brasileiro, está preso no Brasil há um ano e teve sua deportação à Rússia aprovada pelo ministro Edson Fachin, mas o governo americano vem resistindo.
Na sexta, ele foi acusado formalmente pelo Departamento de Justiça, segundo o Washington Post, em reportagem que detalha seus supostos movimentos em São Paulo e Washington. E diz que sua detenção inicial pelo governo holandês já havia sido uma ação guiada pelo FBI.
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