Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Na Bloomberg, 'Economia do Brasil está ainda melhor do que parece'

'É junho, mês das noivas, dos noivos e de os economistas perceberem que foram pessimistas demais', diz articulista

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Lula dava entrevista para algumas rádios de Goiás quando falou que o PIB brasileiro irá crescer 2% neste ano, "talvez até mais". A agência Reuters estava ouvindo e despachou para jornais da Índia e outros, "Lula says GDP will grow 2% or more". Foi "um dia após a S&P revisar suas perspectivas para o país".

A cobertura virou o fio no exterior e agora se leem enunciados como "Economia do Brasil está ainda melhor do que parece", análise de um dos editores para América Latina da Bloomberg, JP Spinetto, baseado na Cidade do México. No segundo enunciado, "Comércio em alta, inflação em queda e ambiente político mais construtivo são todas elas condições favoráveis ao crescimento".

O texto surgiu antes no terminal da Bloomberg, foi visto por Robin Brooks, "o careca", economista-chefe da associação mundial dos bancos e fundos, que compartilhou a tela (abaixo) e comentou:

"Belo artigo de Spinetto sobre como os mercados —repetidamente— são muito negativos em relação ao Brasil. Há múltiplas forças trabalhando a favor do Brasil neste momento."

Reprodução/Bloomberg

Reproduzido por Washington Post e outros, o texto começa com uma provocação: "É junho, tradicionalmente o mês das noivas, dos noivos —e de os economistas perceberem que voltaram a ser pessimistas demais em relação ao Brasil".

Afirma que "o Brasil pode estar no início de um ciclo virtuoso", lista as razões que vê para tanto, arrematando: "E as expectativas de inflação melhoraram bastante. Portanto, o Banco Central deveria cortar a Selic. Ela está hoje em 13,75%, tornando o Brasil o país com a maior taxa real de juros do mundo, quase 10%."

Por fim, lembra a revista The Economist com o Cristo Redentor levantando voo, se penitencia antecipadamente e escreve:

"É claro que eu posso estar errado. As previsões sobre a economia brasileira são perigosas, tanto para jornalistas quanto para economistas ouvidos pelo Banco Central em janeiro. Ainda assim, parece ser um bom momento para o Brasil."

Também na Bloomberg, "Fidelity e hedge funds compram ações brasileiras com desanuviar das perspectivas".

Ouve de executivo do Fidelity, um dos maiores gestores de ativos no mundo, estar "mais otimista" do que em anos, "convicto de que custos mais baixos para empréstimos irão acelerar o crescimento corporativo, com o arcabouço fiscal de Lula se aproximando da realidade".

Reprodução/L'Opinion

RÚSSIA VS. CHINA

A notícia do pedido de Emmanuel Macron para ir à cúpula do Brics saiu no diário L'Opinion, de Paris, não foi confirmada pelo governo nem por concorrentes, mas já dividiu a Rússia e a China. Na Rossiyskaya Gazeta, a porta-voz do ministério russo do exterior, Maria Zakharova, questionou se é "algum tipo de cavalo de Troia".

Já o chinês Global Times, em editorial que anotou a reação negativa russa, saudou a "ideia ousada e inovadora". Disse que, "desde que venham com igualdade e boa vontade, os países Brics dão as boas-vindas não só à França, mas também aos Estados Unidos".

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