Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

'Rebaixamento da América' é nova ameaça ao dólar, mostra WSJ

Mas decisão da Fitch sobre a dívida 'não vai romper os hábitos de Washington", de isentar de impostos e gastar demais

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A Bloomberg manchetou o aprofundamento da liquidação (selloff) dos títulos do Tesouro americano, dizendo que "a decisão da Fitch de retirar os Estados Unidos de sua classificação de crédito AAA chamou a atenção para os déficits fiscais crescentes".

E o Financial Times manchetou a disparada na taxa do rendimento (yield) dos títulos de dez anos do Tesouro, também anotando que acontece "depois do inesperado rebaixamento da classificação de crédito de Washington pela Fitch".

Reprodução/The Wall Street Journal

O Wall Street Journal já havia aberto a quinta-feira (3) com a manchete "Rebaixamento da Fitch não vai romper os hábitos de Washington", de gastar demais e distribuir isenção de impostos, "deixando intocados os problemas da dívida".

O WSJ foi além, com a análise "Bomba-relógio da América soa mais alto", dizendo que "o alerta da Fitch chega em um momento em que está ficando mais difícil ignorar" os problemas. Porém "os EUA tomam empréstimos em sua própria moeda e nunca entrarão em 'default' enquanto tiverem uma impressora".

Também publicou o editorial "Fitch rebaixa a América" (reprodução acima), ironizando que a agência de classificação de risco estaria até "otimista demais com o futuro fiscal dos EUA". Diz que a "liderança política fracassou" no país, acrescentando:

"A razão pela qual a dívida dos EUA não é rebaixada com mais frequência é que o dólar continua sendo a moeda de reserva mundial. Mas esse 'privilégio exorbitante' não é um direito de nascença. Pode desaparecer rapidamente se os mercados perceberem um declínio maior na governança americana ou em sua capacidade de cumprir suas obrigações financeiras."

IENES VS. DÓLARES

O temor com a dívida vulnerável começou dias antes, quando uma decisão do banco central do Japão, no dizer do mesmo WSJ, trouxe a ameaça de "levar investidores japoneses a parar de comprar os títulos do Tesouro dos EUA". Para o jornal financeiro:

"A grande preocupação é os japoneses não só pararem de comprar títulos, mas também os venderem, levando a aumento abrupto no rendimento (yield) dos títulos. O rendimento ultrabaixo dos títulos do governo japonês há muito incentiva tomar ienes emprestados para comprar dólares, fortalecendo o dólar."

A Bloomberg foi pela mesma linha, lembrando que "os fundos japoneses são os maiores detentores da dívida do governo dos EUA".

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