Nelson de Sá

Correspondente da Folha na Ásia

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Nelson de Sá
Descrição de chapéu toda mídia

Washington Post retira charge, que é então reproduzida em toda parte

Desenho era 'desagregador', justificou editor; leitores viram racismo em desenho com 'características exageradas'

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O editor de Opinião do Washington Post, David Shipley, decidiu retirar uma charge que havia publicado online na quarta (8), justificando:

"A seção depende do meu julgamento. Uma charge cuja publicação aprovei foi vista por muitos leitores como racista. Não era minha intenção. Vi como caricatura de um indivíduo específico, o porta-voz do Hamas que celebrou o ataque a civis em Israel.

"No entanto, a reação à imagem me convenceu de que havia deixado escapar algo profundo e desagregador. Nossa seção tem por objetivo achar pontos em comum, compreender os laços que nos mantêm unidos, mesmo no tempos mais sombrios."

Em charge, membro do Hamas caricaturado diz: 'Como Israel ousa atacar civis...'; publicação foi apagada após repercussão negativa - Reprodução

Na charge, um membro do Hamas caricaturado diz: "Como Israel ousa atacar civis...". O desenho, cujo alcance não tinha ido muito além dos leitores do jornal, foi então reproduzido amplamente em mídia social e por veículos como Fox News e Daily Mail, em tom crítico à derrubada.

O próprio WaPo, em texto da Redação, que é desvinculada de Opinião, publicou o link de uma reprodução da imagem. Mas sublinhou as críticas não só ao conteúdo, mas ao uso de "características exageradas", vistas como racistas.

Até a Al Jazeera reproduziu a charge, com uma crítica por não ter havido punição maior ao chargista —diferentemente do que fez o jornal The Guardian, que há três semanas demitiu o autor de uma charge sobre Netanyahu após críticas na mesma linha.

CARTA

O mesmo Washington Post noticiou que "mais de 750 jornalistas de dezenas de organizações de notícias", inclusive do próprio WaPo, "assinaram carta aberta condenando o assassinato de repórteres em Gaza por Israel e criticando a cobertura pela mídia ocidental".

Destacou que "a carta argumenta que os jornalistas deveriam usar palavras como 'apartheid', 'limpeza étnica' e 'genocídio' para descrever o tratamento dispensado por Israel aos palestinos".

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