O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), reuniram-se com figuras de referência do empresariado e dos hospitais privados nesta segunda-feira (22) e deram passo importante para assumir as rédeas do combate à pandemia da Covid-19 no vácuo deixado pela gestão Jair Bolsonaro.
Ao longo do último ano, o governo federal dificultou a compra de vacinas, recomendou remédios sem eficácia e disseminou mensagens anticientíficas que prejudicaram as campanhas públicas em defesa do distanciamento social.
Nos encontros, os políticos tentaram mostrar alinhamento a Bolsonaro, na tentativa de evitar passar a mensagem de que estavam desautorizando o presidente.
Nesta segunda (22), as reuniões de Lira e Pacheco contaram com as presenças de representantes dos hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, das redes Amil e Dasa, além dos empresários Abílio Diniz, Washington Cinel (Gocil) e de Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco, entre vários outras lideranças de diferentes setores.
Os parlamentares levaram o deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), nome aventado por parte centrão para substituir Eduardo Pazuello (Saúde). Ele é presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, cargo que serviu de justificativa oficial para sua presença.
Bolsonaro escolheu Marcelo Queiroga para a pasta. Nenhum dos dois, ministro ou futuro ministro, participou dos encontros com Lira e Pacheco.
Os participantes relataram o encontro como uma troca de ideias no qual o setor privado propôs caminhos e mostrou de que maneira pode tentar ajudar a diminuir o número de mortes da pandemia de agora em diante.
Um dos participantes descreveu ao Painel o alívio de falar com figuras que têm potencial de encaminhar uma campanha unificada de combate à Covid-19, sem mensagens dúbias.
Na reunião com os representantes dos hospitais, os parlamentares ouviram que o mês de abril ainda deverá ser trágico e que eles querem ajudar a fazer com que o número de mortes seja o menor possível.
Eles relataram problemas em três frentes: falta de sedativos, escassez de leitos e possível desabastecimento generalizado de oxigênio.
Diante disso, pediram ajuda nos trâmites de importação de insumos e discutiram a possibilidade de que o SUS contrate leitos na rede privada.
Eles devem apresentar ao deputado Doutor Luizinho ainda nesta terça (23) uma carta com propostas para direcionar o combate à pandemia e com sugestões de formas por meio das quais a iniciativa privada poderia colaborar.
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