O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e um dos principais aliados do governo, avalia que os protestos de sábado (29) contra Jair Bolsonaro (sem partido) reforçam a polarização no país e diz que não haverá espaço para uma terceira via em 2022.
“Vai um ou outro (Lula ou Bolsonaro). Quem levar o centro, ganha”, disse Nogueira ao Painel.
O líder do centrão admite que houve protestos grandes em alguns estados, mas afirma que manifestações pró-Bolsonaro que ocorreram anteriormente foram maiores. O senador vê o presidente mais atrativo ao centro, por isso aposta na vitória dele.
ACM Neto, presidente do DEM, concorda que os atos atestam divisão da população, mas diz haver lugar para outro nome. "Não significa que (os atos) sejam um sinal de 2022. Pode ser um retrato do passado. É cedo para dizer que não há espaço para alternativa que desfaça a polarização", disse Neto.
Já o presidente do PDT, Carlos Lupi, tem uma visão diferente. Para ele, os atos contra Bolsonaro tendem a crescer, conforme a pandemia passe, e a população, a rejeitar ainda mais o presidente.
"Nós não incentivamos, mas também não fomos contra as manifestações. Está ficando difícil controlar a vontade de as pessoas protestarem", disse. Para ele, o segundo turno das próximas eleições presidenciais será entre Ciro Gomes (PDT) e e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em outra frente, integrantes do governo alegam que as manifestações não foram tão grandes como parecem porque teriam sido abastecidas de movimentos tradicionais de esquerda.
Por isso, dizem que os atos não mudam o cenário político atual e avaliam que Bolsonaro dará um salto na popularidade com uma retomada ecônomica no fim do ano e a reformulação do Bolsa Família.
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