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Plano de Lula ignora 'golpe' contra Dilma, em meio a união com Alckmin e aceno a MDB

Em 2018, termo associado ao impeachment apareceu 19 vezes, no programa de Haddad

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Brasília

Argumento central nas eleições de 2018, o "golpe de 2016", como o PT chama o impeachment da presidente Dilma Rousseff, desapareceu da prévia do programa de governo divulgada pela pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (6).

No documento de 62 páginas do último pleito, o termo "golpe" aparece 13 vezes e "golpista" outras 19, sendo grafado em uma das ocorrências com letra maiúscula. Nas diretrizes de 2022, as palavras não são mencionadas nenhuma vez ao longo das 18 páginas.

Ex-presidente Dilma Rousseff ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: SILVIO AVILA / AFP) - AFP

O plano apresentado pelo ex-prefeito Fernando Haddad, que concorreu após Lula ser preso, estrutura-se em torno da ideia de que o impeachment de Dilma interrompeu um "ciclo virtuoso".

"Este plano de governo de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila propõe uma verdadeira refundação democrática do Brasil para recuperar a soberania nacional e popular, atingidas duramente a partir do golpe de 2016", registra a proposta.

Dilma é citada 32 vezes, em defesa de medidas dos governos do partido. Em apenas duas seu nome não aparece ao lado de Lula. Igualmente, a ex-presidente some da nova versão.

Em busca de uma aliança ampliada e com acenos à centro-direita, Lula tem dialogado com partidos e lideranças que defenderam o impeachment de sua sucessora.

Nesse esforço, chegou a negar que seu parceiro de chapa, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), tenha sido a favor de afastar Dilma da Presidência. O ex-tucano e novo aliado do petista, porém, endossou a defesa da cassação dela em 2016.

Também há diálogo com setores do MDB, partido que mais se beneficiou da queda de Dilma, por abrigar o então vice-presidente Michel Temer.

Outra diferença entre os dois planos é a prioridade dada, em 2022, ao combate à inflação, problema não citado nas últimas eleições. "É tarefa prioritária combater a inflação e enfrentar a carestia, em particular a dos alimentos e a dos combustíveis e eletricidade", assinala a nova proposta.

Mas já em 2018 havia críticas ao modelo de Paridade de Preços Internacionais instituído na Petrobras no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).

"O mercado brasileiro é aberto a importações, mas isso não significa que o petróleo retirado no Brasil, aqui transportado e refinado, com custo bem menor que o internacional, seja vendido aos brasileiros segundo a nova Política de Preços da Petrobras do governo Temer, a PPI (Paridade de Preços Internacionais), enormemente mais caro que o produto nacional. Essa mudança tem por objetivo garantir um preço estável e acessível para os combustíveis."

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