Embora seu substituto já tenha sido indicado pelo governo federal, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, não desistiu de convencer parlamentares de que qualquer mudança na política de preços da estatal pode sair pela culatra.

Ele compartilhou nesta semana com deputados uma matéria do jornal Valor Econômico que relata a disparada de preço e o racionamento de diesel na Argentina, onde não há paridade com os valores internacionais.

Na mensagem, explica que se a Petrobras não reajustar o preço de acordo com os praticados lá fora, o Brasil pode ter dificuldade de importar o percentual que não é produzido aqui e, com isso, ter um cenário semelhante ao da Argentina.

Na segunda-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou um amplo pacote de até R$ 50 bilhões em medidas para tentar reduzir o preço dos combustíveis, cuja alta é vista por membros de sua campanha como o principal obstáculo à reeleição.

As medidas acertadas até agora têm um impacto total de R$ 42,5 bilhões até o fim do ano, segundo fontes do governo ouvidas pela Folha. O valor inclui o corte de tributos federais sobre gasolina e etanol e um repasse de R$ 25,7 bilhões a estados e municípios para compensar a redução a zero do ICMS sobre diesel e gás de cozinha.

A Petrobras recebeu na semana passada semana os documentos para análise da indicação de Caio Paes de Andrade à presidência da companhia. O governo anunciou a decisão de trocar o comando da estatal 39 dias após José Mauro ter assumido o posto.

A troca ainda depende da aprovação do Conselho da Petrobras.