Principal afetado pela emenda constitucional que possibilita a parlamentares assumirem embaixadas sem perder o mandato, o Itamaraty tem se mantido distante da discussão no Congresso.
A emenda foi apresentada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), e vem sendo criticada pela possibilidade de politizar o Ministério das Relações Exteriores. O receio é que a nomeação de deputados e senadores para cargos de embaixador possa servir de moeda de troca para o governo.
Até agora, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, teve apenas uma rápida conversa de menos de dez minutos, com a relatora do projeto no Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB), em março. Na ocasião, fez apenas perguntas genéricas sobre o tema.
Não houve contato presencial do ministro ou auxiliares com a relatora especificamente para tratar do tema.
O Painel questionou o Itamaraty sobre sua posição a respeito da emenda, bem como as ações que estão sendo tomadas com relação a ela, mas não houve resposta.
França, segundo o Painel apurou, vive uma saia justa, porque enfrenta de um lado a oposição de diplomatas à emenda, e de outro a simpatia do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela mudança.
A relatora deve adiar ao máximo a apresentação de seu parecer, para que o assunto não seja contaminado pelo clima eleitoral. O próximo passo é a realização de audiências públicas.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.