A Prefeitura de São Paulo, comandada por Ricardo Nunes (MDB), decidiu suspender o pregão para contratação de empresa para fornecimento de serviços para um sistema de reconhecimento facial chamado "Smart Sampa".
A decisão foi motivada por críticas ao edital, que em sua versão inicial usava o termo "vadiagem" e dizia que as câmeras usariam critérios como "cor e face" no rastreamento de pessoas suspeitas.
Os termos foram retirados no início da semana e a Secretaria de Segurança Urbana tem afirmado que não tinham relevância diante do escopo mais amplo do projeto. O erro teria derivado da cópia de trechos de manuais dos equipamentos de filmagem para o edital, argumentam.
O pregão estava marcado para segunda-feira (5), mas não há data prevista para que seja retomado. A administração municipal agora pretende marcar novas audiências públicas e debates para tratar do tema, incorporar sugestões e reelaborar o edital.
A ideia, afirma a gestão Nunes, é a de "dirimir toda e qualquer dúvida sobre o programa Smart Sampa, que tem como objetivo integrar todos os serviços públicos, permitir o monitoramento de ocorrências em tempo real, e a segurança pública preventiva em benefício de todos os paulistanos."
O objetivo do programa, segundo a prefeitura, é a integração de 20 mil câmeras na cidade até 2024, com custo estimado de R$ 70 milhões ao ano.
"O programa Smart Sampa tem a finalidade principal de integrar as ações do CET, CPTM, Metrô, Samu, além da GCM e as Polícias Militar e Civil. Dessa forma, teremos uma prestação de serviços municipais e estaduais com mais eficiência e atendimentos mais ágeis de atendimentos médicos de urgência (SAMU), do trânsito (CET) e de mobilidade (SPTrans, CPTM e Metrô), além de uma segurança pública ainda mais preventiva", afirma a administração municipal.
A gestão Ricardo Nunes também refuta comparações "a uma espécie de Big Brother".
"O recurso de identificação pessoal vai considerar os dados já existentes nos registros e documentos oficiais e informações armazenadas nos bancos de dados dos órgãos de segurança dos governos estadual e federal. Será utilizado apenas pelos órgãos policiais e em apoio ao Poder Judiciário", afirma.
A prefeitura diz que o reconhecimento facial auxiliará a Justiça e demais órgãos de segurança na busca por criminosos foragidos e também ajudará a identificar ocorrências que necessitam de assistência imediata como acidentes, mal súbito em vias públicas, situações em que uma ou mais pessoas estejam caídas por muito tempo em um local.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.