A eleição municipal do ano que vem em São Paulo poderá ter três dos principais candidatos a prefeito com raízes na periferia da zona sul da cidade, região extensa e empobrecida, onde vivem cerca de 2,5 milhões de habitantes.
O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, tem base nas regiões de Interlagos, onde mora, além de Cidade Dutra e Santo Amaro.
Apontado como seu principal oponente, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) vive em uma casa no bairro do Campo Limpo. Ele é coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), entidade com grande presença na periferia da capital.
Já a também deputada Tabata Amaral (PSB) foi criada na Vila Missionária, onde ainda moram seus pais. Ele costuma ficar na casa deles aos finais de semana, quando está em São Paulo.
Esta coincidência deve jogar holofotes sobre a região na campanha eleitoral, e dar margem a uma disputa de quem é o verdadeiro candidato da zona sul.
Aliados de Nunes e Tabata criticam Boulos, por exemplo, por ser um paulistano de classe média, que só se mudou para a periferia quando iniciou sua militância política.
Nunes, por sua vez, é atacado pelos adversários por ser mais ligado a empresários da região do que a movimentos sociais, enquanto Tabata sofre rotineiras acusações pela ligação com o empresário Jorge Paulo Lemann, por ter estudado com bolsa concedida pela fundação ligada ao bilionário.
A deputada afirma que na verdade ganhou bolsa da Universidade de Harvard e que a entidade ligada a Lemann pagou a ela US$ 500 por ano durante o curso, por três anos.
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