Um levantamento realizado pela Quaest para a Transparência Internacional - Brasil com executivos de grandes empresas mostra apoio majoritário a medidas de combate à corrupção em geral, e à Operação Lava Jato em particular.
A pesquisa foi feita com altos representantes de cem das maiores companhias brasileiras, entre 12 e 28 de julho.
Para 83% dos questionados, as operações anticorrupção dos últimos anos reduziram a sensação de impunidade, enquanto para 17% não houve impacto.
O prestígio da Lava Jato se mantém em alta, mesmo após os sucessivos reveses enfrentados nos últimos anos. Entre os entrevistados, 64% avaliam a operação como positiva para o país, 25% como regular e 11% como negativa.
Praticamente todos os executivos entrevistados consideram que as operações tiveram consequências para as empresas. Para 93%, elas ajudaram na mudança dos mecanismos e padrões de integridade corporativa.
Também foi feita uma pergunta sobre o "enforcement" (controle efetivo) dos órgãos de investigação nos últimos cinco anos. Nesse ponto, há uma divisão dos executivos.
Para 36%, este controle das autoridades tem se mantido estável, mesmo patamar dos que avaliam que houve redução desde 2018. Para 28%, o enforcement tem aumentado.
Os executivos também avaliam que afrouxar a Lei das Estatais é nocivo. Para 71%, é alto o risco de a mudança afetar o compliance das empresas públicas, enquanto 25% veem risco médio e 4%, risco baixo.
Os entrevistados consideram ainda que a adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) ajudará a elevar os padrões de compliance do mercado. Entre os pesquisados, 87% têm essa opinião.
A adesão do Brasil à entidade, espécie de clube dos países ricos, era uma prioridade do governo Jair Bolsonaro (PL), mas foi deixada de lado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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