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Ministro dos DH pede ação contra abuso de técnica da constelação familiar

Silvio Almeida quer que Conselho Nacional de Direitos Humanos delibere sobre o tema

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Brasília

O ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) encaminhou pedido ao Conselho Nacional de Direitos Humanos para que debata o abuso da prática de constelação familiar na justiça.

Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, quer ação contra abuso de constelações familiares no Judiciário
Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, quer ação contra abuso de constelações familiares no Judiciário - Pedro Ladeira/Folhapress

A preocupação foi manifestada em carta enviada ao ministério por representantes do Conselho Federal de Psicologia, do Instituto Questão de Ciência e de pesquisadores universitários. A medida ocorre após ter sido identificado que juízes estão usando conceitos de constelação familiar para embasar suas decisões.

Eles afirmam que a prática se baseia em visões tradicionais e patriarcais de família, prejudicando mulheres, sobretudo em processos de conciliação em Varas de Família.

Desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger (1925-2019) a partir dos anos 1970, a constelação familiar é uma técnica polêmica entre psicólogos.

Ela objetiva resolver conflitos familiares por meio de conceitos como respeito a antepassados e hierarquia. Nessa dinâmica, o indivíduo pode descobrir que está repetindo o mesmo erro que um ancestral cometeu, por exemplo, e que precisa perdoar os familiares, mesmo em situações que envolvam violência e abusos sexuais.

Além do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Silvio Almeida encaminhou o caso ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério das Mulheres e ao Ministério da Saúde.

Em nota publicada em março, o Conselho Federal de Psicologia apontou problemas com a prática, entre elas "o reconhecimento, enquanto fundamento teórico da constelação familiar, do uso da violência como mecanismo para restabelecimento de hierarquia violada —inclusive atribuindo a meninas e mulheres a responsabilidade pela violência sofrida."

"A teoria da constelação familiar parece adotar uma concepção de casal e família de bases patriarcais, calcada na heterossexualidade compulsória, que tende a naturalizar a desigualdade de gênero em relações conjugais e familiares", indica a nota.

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