Vereador bolsonarista de São Bernardo do Campo, Paulo Chuchu (PRTB) somou-se ao coro dos críticos ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
"Acho que o Tarcísio está perigando em curto prazo criar uma revolta desnecessária dentro do público bolsonarista. A gente não entende bem o porquê", diz ele, que é ligado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de quem foi assessor.
Para o vereador, o maior problema do governador é fazer muitos acenos à esquerda e à pauta identitária.
"Tarcísio faz um excelente trabalho como gestor, mas é mal assessorado nas questões ideológicas", afirma.
Como mostrou o Painel, os bolsonaristas ficaram incomodados com gestos de Tarcísio como receber Graça Machel, viúva de Nelson Mandela, e sancionar o feriado do Dia da Consciência Negra em âmbito estadual.
Um fato que os irritou especialmente foi a participação do governador em um evento na última sexta-feira (17) sobre diversidade racial. Na ocasião, o locutor oficial disse que a PM mata negros de maneira desproporcional, sem haver reação de Tarcísio.
"Eu sou policial, e o policial é sempre tratado assim. Na hora que dá um barulho no portão corre para discar 190, depois fala que a polícia mata demais".
As críticas dos bolsonaristas a Tarcísio vinham se avolumando de maneira discreta há alguns meses, mas vieram à tona após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter dito em uma entrevista que não estava tudo certo entre ele e o governador.
De forma irônica, Chuchu diz que a direita tem sido escanteada em um governo supostamente com essa orientação ideológica.
"Governar para todos seria incluir o nosso público da direita em algumas pautas também, já que ele faz todas as sinalizações possíveis para os LGBT e o povo preto", afirmou.
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