Figura histórica do PT, o ex-deputado Elói Pietá anunciou nesta terça-feira (23) sua saída da sigla, que ajudou a fundar em 1980.
O motivo é o que ele considera ser uma decisão injusta da direção do partido em Guarulhos (SP), cidade em que foi prefeito de 2001 a 2008 e que pretende administrar novamente.
"Até o Partido Republicano nos EUA tem mais democracia interna", diz ele. "Lá, pelo menos eles fazem primárias entre quem deseja ser candidato", afirma.
Pietá teve o desejo de se candidatar barrado pelo partido na cidade da Grande São Paulo com base em uma nova regra do PT nacional que dificulta a realização de prévias.
Para isso, dois terços dos membros do diretório municipal precisam apoiar uma candidatura a prefeito –no caso, o escolhido foi o deputado federal Alencar Santana.
"Temos 25 mil filiados ao PT em Guarulhos, mas só 35 escolheram o candidato", afirma ele, que usa como trunfo o fato de estar à frente de Santana nas pesquisas já divulgadas.
Pietá diz que ainda não sabe a qual partido vai se filiar, mas que será da base de Lula. Também afirma que pretende ter uma candidatura que dialogue com o governo estadual. "Guarulhos precisa de muitos investimentos estaduais e federais, e o orçamento municipal é insuficiente".
Pelo PT, ele foi vereador, deputado estadual e federal, além de prefeito. Na legenda, foi secretário-geral, segundo cargo em importância nacional, e vice-presidente da Fundação Perseu Abramo, braço de estudos do partido. Também sempre foi uma das principais referências na área de direitos humanos da legenda.
"Comecei no PT antes mesmo de ele ser criado, organizando os primeiros núcleos em Guarulhos, em 1979. Mas como dizem os índios apinajés, a gente tem que chorar quando chega a algum lugar, não quando sai. Lamento, mas estou tranquilo", diz.
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