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Descrição de chapéu violência

MPF cobra Ministério dos Direitos Humanos por possível fim de programa de proteção no RJ

Pasta teria perdido prazo de homologação de termo que mantém programa para defensores dos direitos humanos; ministério nega e diz que convênio segue vigente

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São Paulo

O programa estadual criado no Rio de Janeiro para proteger defensores dos direitos humanos pode ser interrompido por falha do Ministério dos Direitos Humanos.

É o que aponta ofício enviado pelo procurador Julio Jose Araújo Júnior, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, para o governo federal e para a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do governo do Rio de Janeiro.

Segundo o ofício, o Ministério dos Direitos Humanos perdeu o prazo de homologação de um termo aditivo entre a pasta, a secretaria estadual e o Centro de Direitos Humanos de Nova Iguaçu (CDNI), entidade que executa o programa. O aditivo teria como objetivo prorrogar o convênio estabelecido em 2022 e que se encerraria em 14 de janeiro de 2024.

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, durante entrevista à Folha
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, durante entrevista à Folha - Pedro Ladeira-11.fev.2023/Folhapress

Diante da iminente interrupção do programa, o governo estadual assinou um contrato de três meses com o CDNI, para que não houvesse interrupção dos casos acompanhados.

Em novembro de 2023, o CDNI relatou dificuldades na execução do programa, decorrentes do que apontou como "evolução das circunstâncias de risco e nas demandas emergentes no contexto de luta dos defensores de direitos humanos no estado".

Um exemplo citado é o de que o plano de trabalho previa o acolhimento de quatro defensores de direitos humanos sob risco, mas naquele momento seis estavam nessa condição.

No ofício, o procurador pergunta ao ministério qual foi o motivo da perda de prazo, a quem pode ser atribuída a falha e quais providências serão tomadas para que o programa seja mantido. Além disso, ele afirma que solicitou em novembro uma manifestação da pasta a respeito das dificuldades da execução do programa por parte do CDNI, mas não obteve resposta.

Entre as pessoas que já se beneficiaram do programa estão a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) e a vereadora Monica Benício (PSOL-RJ), respectivamente irmã e viúva de Marielle Franco (PSOL-RJ), que foi assassinada em 2018.

Outro lado

Em nota, o ministério afirmou que o convênio com a secretaria continua vigente.

"Inicialmente o convênio foi firmado no dia 17 de dezembro de 2021, com vigência até 17 de dezembro de 2023. A parceria entre o Estado do Rio de Janeiro e a organização executora do programa seguiu vigente até o dia 14 de janeiro, sendo prorrogada em caráter provisório até 14 de abril de 2024", diz o ministério.

A pasta acrescenta que é portanto incorreto dizer que houve negligência ou descontinuidade dos trabalhos.

"Ademais, é fundamental destacar que não houve perda de prazo. O que ocorre é que no curso das tratativas, próximo ao encerramento da vigência, optou-se pela reavaliação das necessidades de melhorias no convênio. Foi identificada uma necessidade de aprimoramento e fortalecimento da Política de Proteção no estado, assim como a importância da necessidade de atendimento às especificidades relacionadas ao contexto local, diz.

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