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Movimentos sociais afirmam que postagens sobre Marajó reforçam estereótipos

Ilha no Pará vem sendo apontada como palco de casos de exploração sexual infantil

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Brasília

Entidades e movimentos sociais de defesa dos direitos humanos publicaram uma carta aberta criticando postagens em redes sociais sobre denúncias de exploração sexual infantil na Ilha de Marajó que, afirmam, "reforçam estereótipos sobre a população marajoara".

A reação ocorre após a cantora Aymêe viralizar com a música "Evangelho de Fariseus", que aborda violações de direitos humanos na região. As críticas foram replicadas por influenciadores, que se mobilizaram nas redes sociais.

Afuá, na Ilha de Marajó: movimentos criticam estereótipos da região
Afuá, na Ilha de Marajó: movimentos criticam estereótipos da região - Karime Xavier/Folhapress

A carta, datada de sábado (24), é assinada por 30 entidades, entre associações de parteiras, moradores de assentamentos, sindicatos de trabalhadores rurais e entidades religiosas, como a Comissão Pastoral da Terra de Marajó.

O texto fala que os movimentos têm acompanhado "com grande indignação e preocupação" a repercussão que a região ganhou no país e adverte para o perigo da história única.

"Assim, no caso de nosso querido Marajó, tem nos causado grande indignação as denúncias veiculadas que viralizaram nas redes sociais, mas, além disso, também tem nos preocupado as narrativas construídas junto a estas postagens, as quais reforçam estereótipos sobre a população marajoara, sobretudo a população ribeirinha e do meio rural", escrevem.

A carta afirma que pegar toda a complexidade dos Marajós, territórios habitados por povos tradicionais, mas que também têm uma população urbana, "e reduzi-los a um só aspecto, isso é o que se chama o perigo de uma única narrativa, e o perigo dessa única narrativa é o fato de ela ser incompleta."

"O respeito à população que reside no Marajó se faz pela compreensão de que somos um território formado por um conjunto plural de povos, e que sobretudo os povos tradicionais, seguem resistindo ao racismo estrutural, que reforça estereótipos negativos, invisibiliza sua enorme contribuição para a formação sociocultural de nossa região; seguem resistindo ao racismo ambiental que ameaça e expropria territórios tradicionais e, sobretudo, seguem resistindo ao olhar estereotipado do "outro" que tenta construir uma narrativa única, genérica e negativa sobre o povo marajoara", ressalta.

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