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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Caminhoneiros fazem vídeo pedindo impeachment de Bolsonaro e reclamam de agressão em protesto

Manifestações acontecem em pontos isolados e deixam parte da categoria frustrada

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São Paulo

Caminhoneiros circularam vídeos pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em dia de protesto contra a indefinição em relação aos pisos mínimos oferecidos para a categoria.

Em um dos cinco vídeos aos quais a coluna teve acesso, com data de 31 de agosto, caminhoneiros de Pernambuco afirmam ter recebido uma facada do presidente, em referência à suspensão do julgamento sobre a consitucionalidade da tabela do frete, que aconteceria nesta terça-feira, definida pelo Supremo Tribunal Federal.

"Bolsonaro,, nós votamos em você. Hoje, você é um traidor dessa classe que carrega o Brasil nas costas", diz um participante do vídeo.

Ao final, um grupo pede em coro impeachment do presidente. Também apontam a intenção de pedir ajuda a Central ùnica dos Trabalhadores e pedem a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Nas gravaçõestambém é recorrente a fala de que os caminhoneiros colocaram Bolsonaro na presidência e poderiam tirá-lo.

Os protestos, porém, não tiveram grande impacto nos transportes até o momento. Em consultas as unidades estaduais da Polícia Rodoviária Federal, foram confirmados atos nos estados do Rio de Janeiro, Paraná e Ceará.

Segundo mensagens e vídeos divulgados pelos caminhoneiros, ocorreram também manifestações na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Sul.

Nos grupos de WhatsApp da categoria, havia tanto os  que reclamavam de a paralisação não ter atingido o nível esperado como também os que contestavam e colocavam a culpa em quem apenas se queixava, mas não fazia sua parte.


Dodô, apelido de Salvador Edmilson Carneiro, líder caminhoneiro do norte da Bahia, disse que já havia voltado ao trabalho, pois a maior parte da categoria não tinha aderido à paralisação e os dias sem fazer viagens fariam falta.

Outro motivo para perda de ânimo de caminhoneiros, segundo líderes, foram um suposto caso de agressão a grupo de manifestantes no Recife durante a madrugada.

Segundo um dos que afirma ter sido vítima da agressão ouvido pela coluna, dois policiais com armas em riste deram socos em caminhoneiros que formavam um grupo de 10 pessoas. Também teriam quebrado celulares de alguns deles. 

Circula no WhatsApp vídeos mostrando caminhoneiros com camiseta amarela sendo empurrados por policiais e imagens das camisetas rasgadas e de uma pessoa agredida.

O caminhoneiro, que não quis se identificar, disse estar na corregedoria da polícia fazendo uma denúncia.

A  secretaria de Defesa Social de Pernambuco disse, via assessoria de imprensa, não ter informações sobre o incidente até o momento.

Mesmo com os revézes, outros líderes ouvidos disseram que as mobilizações da categoria devem continuar e podem ganhar força na quinta-feira (5).

A crítica a Bolsonaro não é unânime entre caminhoneiros. Parte do grupo, em especial líderes das paralisações de 2018, defendem diálogo com o ministério da Infraestrutura para solucionar o impasse da tabela do frete.
 

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