Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.

Fim do auxílio emergencial preocupa comércio popular de São Paulo

Lojistas preveem queda nas vendas, acentuada pelo cancelamento do Carnaval e risco de novas restrições

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O fim do auxílio emergencial, o cancelamento do Carnaval em fevereiro e o risco de novas restrições baixaram a expectativa do comércio popular paulista, cujas perdas anuais foram amenizadas em parte pelo consumo nas classes C, D e E. O fim do benefício, que injetou R$ 32 bilhões no varejo estadual, segundo a FecomercioSP, já preocupa lojistas. Sem o dinheiro às famílias mais pobres, a alta de 1,6% no faturamento do setor em São Paulo teria gerado recuo de 2,6% em 2020, segundo a entidade.

“O cenário de pessoas que perderam renda média de R$ 250 e passaram a receber R$ 600 não existirá mais ao consumo. O comércio popular vai sentir de forma geral, em especial nos supermercados e nas lojas de construção”, afirma Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP.

Nas imediações da rua 25 de Março, em São Paulo, a estimativa de fechamento de lojas antes da reabertura comercial de junho era de 12% —a região tem cerca de 4.800 pontos de venda. “Estamos incertos sobre quantas sobrevivem. O consumo deve cair sem Carnaval [em fevereiro] e auxílio, mas o custo segue alto”, diz Claudia Urias, da Univinco, associação de comércio da 25.

“Como é um mercado totalmente popular, muitos clientes que vinham à região traziam um percentual do auxílio; era R$ 300 para o mercado, R$ 100 para as contas e R$ 200 para a 25”, afirma Ondamar Ferreira, gerente da Armarinhos Fernando, uma das maiores lojas da região.

Para o conselheiro-executivo da Alobrás (lojistas do Brás), Lauro Pimenta, após a redução do pagamento mensal aos beneficiários, o valor das compras diminuiu. “Foi tão frequente ver consumidores usando carteiras digitais para pagar suas contas que os comerciantes tiveram de correr para receber pagamentos eletrônicos”, diz.

O tíquete médio de compras do auxílio emergencial foi de R$ 108 por transação, segundo a Cielo, a partir de pagamentos via Caixa Tem.

Paula Soprana (interina), com Filipe Oliveira e Mariana Grazini

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.