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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Empresário prevê evolução da pauta econômica com Lira, mas acha difícil combate a corrupção avançar

Gabriel Kanner, do Brasil 200, diz que é preciso focar reformas estruturais para recuperar economia

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São Paulo

Um dos grandes opositores do pensamento do agora ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia para a reforma tributária, o empresário Gabriel Kanner comemorou a vitória de Arthur Lira para o comando da Casa nesta segunda-feira (1º).

Sobrinho do dono da Riachuelo, Flávio Rocha, Kanner vem dedicando os últimos anos de sua vida à defesa da criação da nova CPMF, o imposto sobre pagamentos que seu tio, um dos maiores entusiastas da ideia, chama de E-tax ou microimposto.

Gabriel Kanner - Formado em Relações Internacionais na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM); trabalhou na empresa de shopping centers Ancar Ivanhoe, e depois na varejista Riachuelo como gerente comercial. Inconformado com os rumos do país, Gabriel decidiu interromper sua carreira como executivo para dedicar-se à causa política. Atualmente é presidente do Instituto Brasil 200.
Gabriel Kanner, presidente do grupo de empresários Brasil 200 - Divulgação

Desde 2018, ele reúne empresários de todo país no grupo Brasil 200, que levantou diversos estudos críticos ao projeto de reforma tributária defendido por Maia, a PEC 45, de autoria de Baleia Rossi, derrotado por Lira nesta segunda. Maia chegou a dizer que, sob seu mandato, a CPMF não seria pautada na Câmara.

Agora com o caminho livre, Kanner já voltou a movimentar o grupo de empresários para pedir uma reunião com Lira e defender o tributo.

"Com a derrota de Baleia, esperamos que a PEC 45 não vá para a frente porque teria consequências muito graves para diversos setores. Com a vitória do Lira, a expectativa é que a pauta econômica consiga avançar com tudo o que é fundamental para retomarmos o crescimento", diz Kanner.

Lira é alvo de denúncias por crimes de corrupção e um dos líderes do centrão, perfil que o movimento empresarial de Kanner também vinha combatendo nos últimos anos. Ele diz que a bandeira da luta contra a corrupção não será abandonada. Mas há outras prioridades.

"Não estamos deixando de lado. São pautas [combate a corrupção] fundamentais: fim do foro privilegiado, prisão em segunda instância. Elas precisam ser tocadas junto com outras reformas tão importantes. Se olhamos de forma realista, vemos que é muito difícil que essa pauta de combate a corrupção avance agora. Infelizmente, o Brasil tem problemas muito sérios estruturais que precisam andar para que a gente consiga avançar com isso", afirma Kanner.

"É óbvio que são pautas que nós defendemos, mas olhando de forma realista para o cenário atual, as chances de elas avançarem parecem pequenas. Temos que focar realmente nas reformas estruturais que vêm do Ministério da Economia e trabalhar para que a gente consiga recuperar a economia do país. Mas não são pautas que deixamos de lado", diz.

Segundo ele, as principais expectativas dos empresários agora giram em torno da três eixos: reforma administrativa, tributária e privatizações.

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